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Mistério juvenil

História baseada em obra de Edney Silvestre estreia nesta segunda-feira após 'O Sétimo Guardião'

Por Miriam Gimenes
15/04/2019 | 07:16
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Maurício Fidalgo/Divulgação Globo


É início dos anos 1960. Paulo (João Gabriel D’Aleluia/Milton Gonçalves), adolescente e amigo de Eduardo (Xande Valois), se aventura pelas pacatas ruas e matas da fictícia São Miguel, no Interior do Estado do Rio de Janeiro. Tudo corre bem com os dois jovens até que eles, ao fugirem da escola, encontram o corpo de Anita (Thainá Duarte), à margem de um lago.

Da lembrança de Paulo, tem início a história da minissérie escrita por Ricardo Linhares Se Eu Fechar Os Olhos Agora, que estreia hoje na Globo, depois de O Sétimo Guardião. A produção é inspirada na obra homônima de Edney Silvestre, que ganhou o prêmio Jabuti, e tem a direção artística de Carlos Manga Jr.

“A história começa com a descoberta de um crime, mas a investigação é apenas a espinha dorsal que dá o arco dramático da minissérie. Eu uso a estrutura de thriller psicológico para abordar os dramas dos personagens, as frustrações, os segredos e os desejos reprimidos daquela sociedade. Uma sociedade controlada pelo patriarcado branco, que ditava a hipocrisia do jogo de aparências. São Miguel é um microcosmo do Brasil, das relações de poder e opressão. A discriminação, a intolerância com comportamentos que desafiam as regras e o racismo são questões atuais, cujas raízes estão no passado”, conta o autor Ricardo Linhares.

Thainá Duarte, que faz o papel de Anita, diz estar ansiosa para a estreia da trama. “É uma personagem muito importante para mim. A trama desenrola querendo contar quem a matou e a razão, mas, nesse caminho, vamos descobrindo um pouco de cada personagem e o jogo de aparências”, diz a atriz. O interessante é que todos os personagens adultos mantinham uma relação dúbia com Anita.

Ao longo da minissérie, outros crimes acontecem. Paulo, Eduardo e Ubiratan (Antônio Fagundes) – um homem misterioso que vive em um asilo da cidade – precisam esclarecê-los para não se tornarem as próximas vítimas. Eles acabam se envolvendo em uma trama que ameaça o jogo político e social de São Miguel. Para os garotos, encarar os motivos que fizeram com que Anita fosse morta será um terrível caminho sem volta de amadurecimento e chegada à vida adulta. “Você não conhece o personagem necessariamente pelo que ele diz, mas pelo que ele não diz e pelos atos dele, pela própria condução da narrativa”, alerta o diretor artístico Carlos Manga Jr. “É uma história que poderia se passar em qualquer lugar. É como se os personagens estivessem presos numa bolha de felicidade aparente”, ressalta.

Para Fagundes, o ponto alto é a união de seu personagem com os meninos. “É uma relação curiosa porque o Ubiratan já é um homem cansado, angustiado, cheio de problemas, e encontra essas crianças cheias de vida. É um casamento interessante porque eles se complementam: o Ubiratan dá uma certa maturidade aos meninos e as crianças dão vigor a ele”, comenta Fagundes. Também estão no elenco Débora Falabella, Murílo Benício, Jonas Bloch, Betty Faria, Mariana Ximenes, entre outros.  




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