Nome da empresa de estacionamento aparece em lista de suposto Mensalinho na gestão do PT
O governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), tem analisado mais profundamente o processo de contratação e o acordo firmado com a DB Estacionamentos, que administra, desde 2013, o controle de acesso da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).
O pente-fino interno foi estipulado depois de o Diário mostrar, no mês passado, que o nome da empresa estava em planilha atribuída ao ex-secretário Arlindo José de Lima (PT, Governo), homem forte da administração de Carlos Grana (PT). O Ministério Público investiga denúncia de que Arlindo seria responsável por suposto pagamento de Mensalinho a vereadores com recursos de fornecedoras do Paço.
A Promotoria de Santo André, juntamente com o Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes), apuram outra denúncia contra Arlindo: a de que ele seria sócio oculto da DB e que fez uso de ‘laranja’ no comando da empresa. Responsável por adjudicar contratos durante a administração de Grana, Arlindo não poderia, pela LOM (Lei Orgânica do Município), ser proprietário de companhia com contrato com o Executivo andreense. O petista nega todas as acusações e afirma ser vítima de extorsão.
O Diário apurou junto a fontes do alto escalão que a análise do contrato com a DB tem como objetivo saber se houve fraude no processo de contratação e se algum agente público poderia ter se beneficiado de eventual esquema no caso.
Em 2017, o Diário mostrou que a DB Estacionamentos descumpria itens do acordo firmado e burlava o sistema de prestação de contas. Enquanto o contrato era claro no que diz respeito à transmissão on-line de informações de recursos provenientes da exploração do estacionamento, a terceirizada informava os valores sem um sistema informatizado.
Por nota, a Craisa – dirigida por Reinaldo Messias, indicação direta do deputado federal Alex Manente (PPS) – informou que, em 2017, promoveu auditoria depois das denúncias do Diário. “Após visitar o local e feita a verificação e constatação, a equipe técnica da Prefeitura julgou que o sistema utilizado para aferir a arrecadação atende de forma bastante eficiente o seu propósito, que é apresentar os dados de funcionamento e gestão de acesso e arrecadação do estacionamento da sede da Craisa. Ressaltando também que o sistema atende de forma completa o item 4.6 da cláusula quarta do contrato de concessão onerosa número 001/13, que disciplina o seu funcionamento.”
“Informamos ainda que a rescisão do contrato firmado pode ocorrer somente em razão do não cumprimento do mesmo. A administração não tem conhecimento de nenhum processo, inquérito ou ordem judicial a respeito deste assunto”, emendou a autarquia.
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