Política Titulo Prato Feito
Prefeito e secretário de Mauá são detidos em operação da PF

Polícia encontrou R$ 87 mil na casa de Atila Jacomussi e R$ 588 mil na residência de João Gaspar

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
10/05/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), e o secretário de Governo e de Transportes da cidade, João Gaspar (PCdoB), foram detidos na Operação Prato Feito, conduzida ontem pela PF (Polícia Federal) e pela CGU (Controladoria-Geral da União), e que apontou fraude em contratos da merenda escolar. Policiais encontraram R$ 87 mil, em espécie, na casa do socialista, enquanto foram descobertos R$ 588,4 mil na residência do comunista. <EM>

Gaspar foi preso logo pela manhã e conduzido à sede da PF em São Paulo, no bairro da Lapa. Vídeos com policiais contando maços de dinheiro vivo na casa do secretário foram divulgados – havia notas em malas e armários. Atila, por sua vez, foi conduzido para a superintendência da PF, onde permaneceu até o fechamento desta edição, na madrugada de hoje.

Segundo a Prefeitura de Mauá, Atila foi à sede da PF voluntariamente, para prestar esclarecimentos sobre os R$ 87 mil encontrados em sua casa. Fontes do Diário, entretanto, disseram que o chefe do Executivo foi detido por não explicar a origem do recurso – na prestação de contas de Atila à Justiça Eleitoral quando ele foi candidato à Prefeitura, em 2016, o socialista declarou ter R$ 5.000 em espécie.

A Operação Prato Feito foi deflagrada em 30 cidades paulistas, envolvendo Mauá e São Bernardo. Seis políticos da região foram citados (veja reportagem completa na página 4). A PF indicou que empresários e lobistas agiam em conluio com agentes públicos para fraudar contratos da merenda escolar e distribuir o dinheiro desviado. Secretário de Assuntos Governamentais de São Bernardo e presidente da FUABC (Fundação do ABC), Carlos Maciel foi um dos principais alvos da operação e pediu demissão dos dois cargos.

A investigação contra Atila e Gaspar extrapola os limites de Mauá. Gaspar, ainda como assessor parlamentar do mandato de deputado estadual de Atila (entre 2015 e 2016), foi flagrado em escutas telefônicas negociando com agentes públicos e empresários das cidades de Peruíbe e São Sebastião. O esquema envolveria até Samara Gomes Barlera, que chegou a ter relacionamento afetivo com Gaspar – ambos têm um filho.

A PF, em quebra de sigilo bancário de Gaspar, atestou pagamentos de empresários na conta do comunista. “Considerando apenas as transferências bancárias a João Gaspar, temos a quantia de R$ 138 mil. Isto durante o período de afastamento do sigilo bancário, que perfez somente o ano de 2016.”

Organograma divulgado pela PF também aponta que Gaspar era intermediário de propina paga indiretamente para Atila nos desvios dos contratos. A corporação argumentou que o esquema criminoso seguiu para a Prefeitura de Mauá quando Atila tomou posse, em janeiro de 2017.

A PF chegou a pedir a prisão de Gaspar à Justiça, que inicialmente havia negado. O entendimento mudou com o flagrante durante cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa dele. Advogados do comunista informaram que vão recorrer da prisão hoje e alegam que Gaspar é inocente. 




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