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Importação de têxteis cresce 60%
Leone Farias
Com AE
11/07/2010 | 07:06
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Ari Paleta/DGABC


A produção têxtil brasileira cresce na ordem de 11% mas a importação cresce 60%, segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil). Com isso, nos primeiros cinco meses deste ano, o déficit comercial soma US$ 1,29 bilhão, 59% mais que no mesmo período de 2009, sem incluir as fibras de algodão.

Isso reflete vários fatores, segundo a associação, entre os quais o real valorizado, os juros altos e a elevada carga tributária brasileira.

De janeiro a maio, os dez principais exportadores para o País, pela ordem, foram China, Índia, Indonésia, Estados Unidos, Argentina, Taiwan, Coreia do Sul, Bangladesh, Alemanha e Tailândia. Todos esses países, segundo a entidade, têm menores juros, crédito mais acessível e mais incentivo à exportação, incluindo câmbio favorável, na comparação com o Brasil.

Além disso, o consumo retraído em grandes países consumidores tem estimulado a busca de novos mercados. Dessa forma, para o diretor superintendente da associação, Fernando Pimentel, esse cenário de enxurrada de produtos importados preocupa, principalmente no ano que vem, quando o crescimento econômico não deverá ser tão expressivo quanto neste ano. "Trabalhamos pelo aumento da competitividade e pela redução de impostos para não onerar os investimentos", afirma.

A concorrência, sobretudo com os asiáticos, traz receios, já que a indústria tem perdido espaço tanto no País quanto no Exterior. No mercado argentino, por exemplo, o Brasil viu cair sua participação nas importações do setor de 33,7% no primeiro quadrimestre de 2008 para 28% nos mesmos quatro meses deste ano, de acordo com a consultoria Investigações Econômicas Setoriais. Nesse período, a fatia da China cresceu de 25,7% para 32,4%, passando ao primeiro lugar na lista de fornecedores.

PROTEÇÃO - Para Pimentel, as medidas antidumping adotadas pelo governo brasileiro, que sobretaxaram o produto têxtil chinês foram importantes, mas ele cobra mais celeridade na adoção de medidas contra a triangulação.

"Temos de estar atentos, a concorrência é saudável, mas nosso maior ativo não pode ser franqueado", afirma, referindo-se ao 1,7 milhão de empregos diretos e mais de 8 milhões indiretos gerados pelo segmento no País.




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