Antes propensos a aprovar mudanças no Estatuto dos Servidores Públicos de Diadema, os vereadores Ricardo Yoshio e Pastor João Gomes, ambos do PRB, agora, se manifestam totalmente contrários ao projeto idealizado pelo governo Lauro Michels (PV). Até então, Cicinho era o único da bancada a rechaçar de cara a adesão.

Tanto Yoshio quanto João Gomes só decidiram se manifestar publicamente depois de o Diário mostrar que ambos poderiam votar a favor do projeto caso a medida não impusesse “perdas para os trabalhadores”. João Gomes, inclusive, afirmou que, se a proposta fosse ajustada, a bancada poderia “chegar num acordo”.

As falas de Yoshio e João Gomes, porém, foram dadas horas depois de o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) rejeitar por completo, por meio de assembleia realizada na calçada da Câmara, qualquer mudança no Estatuto dos Servidores. Naquela ocasião, a categoria acabara de rejeitar a possibilidade de negociação, como sugeriu um dos parlamentares.

Na sessão de quinta-feira, sob manifestação de centenas de servidores, Yoshio e João Gomes decidiram sair da zona de indefinição. “Fiquei surpreso com a matéria do Diário, em que meu nome aparece na lista dos vereadores favoráveis ao projeto. Na sessão do dia 11 eu deixei claro que meu voto sempre seria a favor do funcionalismo. Foi uma matéria infeliz e mentirosa. Quero ratificar que qualquer projeto que venha do governo para tirar direito dos funcionários sou e sempre serei contra”, sustentou Yoshio, que na quinta-feira até colou adesivo do Sindema no peito.

“A matéria está distorcida. Não foi isso que nós falamos. Posso assumir que eu falei da seguinte forma: tudo que for tirar direito dos trabalhadores eu sou contra. Então, eu não voto a favor deste projeto. Estamos juntos dos trabalhadores, porque sei de onde eu vim”, enfatizou João Gomes.

Nas últimas semanas, o ex-prefeiturável Vaguinho do Conselho assumiu a presidência do PRB diademense. A ideia seria aproximar a bancada do governo. Lauro ainda não reúne votos necessários para emplacar as mudanças no estatuto dos servidores. Desde quinta-feira, a categoria está em estado de greve até que o governo desista da proposta.