A Prefeitura de Santo André aposta no diálogo para tentar resolver imbróglio acerca da destinação do prédio que abrigava a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Centro, fechado desde 2016. O equipamento conta com R$ 2 milhões do Ministério da Saúde para que seja instalada, no local, UPA Especialidades, no entanto, o desejo da administração atual é o de que a área abrigue UBS (Unidade Básica de Saúde), o que não é aceito pelo governo federal.
“Para utilizar a construção de uma UPA para outra finalidade, além de seguir todos os trâmites necessários de cancelamento da proposta de UPA, aprovar isso na CIB (Comissão Intergestores Bipartite) e em resolução, é obrigatória a devolução dos recursos federais investidos”, frisou o Ministério da Saúde, em nota.
Apesar da declaração categórica, a secretária municipal de Saúde, Ana Paula Peña Dias, acredita que a não devolução do valor será possível. “É conversa política. Já foi sinalizado lá em Brasília que é possível que a gente não tenha que devolver. Mas vamos pensar que não exista (a possibilidade) e que a gente tenha de devolver. Uma UPA daquele porte aberta gasta, por mês, R$ 1,5 milhão. Uma UBS custa R$ 200 mil. Mesmo que tiver de devolver dinheiro, vale muito a pena.”
O prédio que abrigava a UPA, localizado na Rua Coronel Agenor de Camargo, está fechado desde abril do ano passado, quando o serviço passou a funcionar no imóvel que sediava o PA (Pronto Atendimento) Central, na Praça 4º Centenário. A administração anterior projetava que o espaço fosse transformado em UPA Especialidades, voltada para a realização de cirurgias de pequena e média complexidades nas áreas de ortopedia, cirurgia geral e odontologia. A atual gestão, porém, descartou a continuidade da ideia, sob alegação da proximidade do local com outros dois equipamentos da rede de urgência e emergência – o pronto-socorro do CHM (Centro Hospitalar Municipal) e a UPA Central.
A proposta, então, é transferir para o imóvel a UBS Centro, atualmente sediada na Rua Campos Sales, em prédio alugado, com objetivo de gerar economia de R$ 54,8 mil por ano. A Prefeitura pretende também integrar a unidade com o Armi (Ambulatório de Moléstias Infecciosas), que hoje fica na Vila Guiomar.
Ainda não há previsão de quando o local efetivamente terá nova utilização. “Estamos aguardando a decisão da CIB, com relação à aprovação do descredenciamento da UPA Centro”, informou a administração municipal, em nota.