O governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), decidiu ignorar as regras estabelecidas pelo próprio Paço e homologou, no dia 9, pregão cuja empresa vencedora vai quarteirizar os serviços de fornecimento de uniformes. A prática de subcontratação foi explicitamente proibida no item 22 do edital formulado pela própria administração do verde.

O Diário revelou no mês passado que a firma M.M. Maranhão Comércio e Serviços, sediada em Mauá, não é fabricante direta dos produtos pelos quais será contratada. O próprio dono da empresa, Marcelo Marques Maranhão, admitiu que participa das licitações e compra os uniformes de outra empresa para repassar para a Prefeitura. A M.M. Maranhão, batizada com as iniciais do nome do proprietário, tem permissão junto à Receita Federal para atuar em diversas áreas, mas seu principal ramo é da construção civil.

O contrato com o governo Lauro será de R$ 29.056,18, que será repartido com a firma paranaense Dinamo Express Indústria e Comércio. Os uniformes serão destinados aos funcionários do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes), setor vinculado à Secretaria de Saúde. O contrato prevê fornecimento de camisetas (polo e malha), calças, blusões com capuz, bolsas de lona, aventais e bonés.

Só dos governos do Grande ABC a M.M. Maranhão recebeu quase R$ 500 mil desde 2012, quando conquistou seu primeiro contrato na região. Os acordos celebrados com vários órgãos, entre prefeituras, Câmaras e autarquias, vão desde venda de ar-condicionados a comercialização de mini system.

Em horário comercial, a equipe de reportagem do Diário visitou o endereço que consta como sede da empresa na Junta Comercial, mas ninguém atendeu. Vizinhos relataram que a casa é residencial e que nunca abrigou empresas. O dono da firma argumentou que atende em outro endereço.

A Prefeitura não se manifestou sobre o caso.