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Para Gabrielli, adesão sinaliza aval do mercado
08/10/2010 | 07:06
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O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem, em discurso em cerimônia de batismo do navio-plataforma P-57, que a adesão de investidores à recente capitalização da empresa sinalizou uma aprovação do mercado à estratégia de crescimento da Petrobras, diante do pré-sal. "O governo ajudou, mas os outros acionistas também compraram ações. É o reconhecimento e aceitação do nosso programa de crescimento", disse.

O executivo afirmou ainda que a estatal continuará liderando a recuperação da indústria naval no País. "Não serão apenas oito plataformas, vamos construir dezenas nos próximos anos", afirmou.

Ele lembrou que a perspectiva é de uma demanda crescente nos próximos anos, respaldada no plano de investimentos de US$ 224 bilhões até 2014 da companhia.

O navio-plataforma P-57 irá operar no campo de Jubarte, na porção capixaba da Bacia de Campos, a 80 km da costa do Espírito Santo.

DÍVIDA
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, fez ontem um breve resumo da operação de capitalização e ressaltou o seu sucesso. O principal destaque, segundo ele, foi que a alavancagem (aquisição de ativos com recursos de terceiros) caiu para abaixo dos 20%. Gabrielli, também presente à entrevista, disse que a relação dívida/capital caiu de 35% para 16%.

Gabrielli também ressaltou que o mercado deu prova de confiança às ações da companhia. "Nós não estávamos oferecendo o lucro do próximo trimestre, mas uma empresa que em cinco anos vai ter de 30 a 35 bilhões de reservas", disse, destacando que, para cumprir o plano de investimentos de US$ 224 bilhões previstos para até 2014 e produzir o que pretende neste período, a Petrobras teria que acrescentar mais 25 bilhões de barris em seu portfólio caso queira manter sua relação produção/reserva de 15 anos.

Comentando sobre esta necessidade de aumentar as reservas, Gabrielli destacou que a cessão onerosa foi oportunidade única, que nenhuma empresa do mundo desperdiçaria. "Podíamos receber cinco bilhões de barris sem risco para explorar no futuro."


Petrobras e siderúrgicas levam Bovespa a novo recuo

Pressionada por novas quedas das ações da Petrobras e por recuos expressivos também de ações do setor de siderurgia, a Bovespa fechou em baixa bem maior que a verificada pelo Dow Jones em Nova York.

Aqui, as perdas de Petrobras determinadas desde o início da semana por relatórios de bancos e corretoras com avaliações negativas a respeito do desempenho dos papéis foram alavancadas ontem também por rumores em irregularidades em contratos. Em Nova York, a cautela mostrada por investidores com os dados sobre o mercado de trabalho (payroll) que saem hoje mantiveram as bolsas oscilando entre negativo e positivo, sempre perto da linha de estabilidade.

A Bovespa fechou em queda de 0,88%, aos 69.918,40 pontos. Ao longo da sessão, o Ibovespa oscilou da mínima de 69.313,57 pontos, em queda de 1,74%, à máxima de 70.738,87 pontos, com variação positiva de 0,28%. No mês, acumula ganho de 0,70% e no ano sobe 1,94%. O volume financeiro cresceu hoje para R$ 11,013 bilhões, ante R$ 8,750 bilhões ontem.

A Petrobras reduziu as perdas à tarde, depois de afundar até 5,5% pela manhã, mas ainda assim fechou em queda expressiva. A PN cedeu 2,17%, cotada a R$ 25,30, e a ON 2,98%, a R$ 28,31. Em baixa desde segunda-feira, as ações da estatal acumulam forte desvalorização nesta semana, de 7,48% na ON e de 8,00% na PN. No mesmo período, o Ibovespa cai 0,44%.

Os relatórios negativos sobre a estatal divulgados nesta semana, com reduções nas projeções de preços dos papéis da empresa, foram elaborados por Bradesco, Itaú BBA, Morgan Stanley, Deutsche Bank, Bank of America/Merril Lynch e Barclays.

As justificativas dadas giram em torno do aumento da base de acionistas, dos altos preços pagos pela empresa pelas reservas do pré-sal compradas do governo e das perspectivas de custos para exploração do pré-sal.




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