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Desinformação reprova deputados
Por Arthur Lopez
Do Diário do Grande ABC
28/02/2005 | 12:57
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Os deputados da região culparam a desinformação pela reprovação obtida na pesquisa com os membros do Conselho Editorial do Diário, publicada no sábado. Tanto federais como estaduais, os parlamentares foram praticamente unânimes em afirmar que falta informação aos conselheiros e ainda que há muita dificuldade por parte dos deputados para informar a população sobre os resultados de suas intervenções.

A pesquisa foi feita com os 101 membros do Conselho Editorial do Diário que tomaram posse dia 22. O cenário C (muito barulho e poucos resultados) foi assinalado por 62% dos conselheiros, a alternativa B (resultados aquém do necessário) por 36,7%, e apenas um conselheiro ficou com a opção A (satisfeito com o empenho e os resultados).

Para o deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-Santo André), embora não se possa avaliar os parlamentares da região em conjunto, para não misturar “alhos com bugalhos”, muitos resultados foram conseguidos. “Os melhores resultados foram da legislatura anterior, como a expansão do pólo petroquímico, os hospitais de Serraria (Diadema) e Mário Covas (Santo André) e os piscinões, todos com participação dos deputados seja com emendas ou participação nas negociações com o governo”, explica.

Siraque sugere que os parlamentares tenham uma participação mais efetiva e livre no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e que as ações no parlamento contem com a pressão de toda a sociedade, com empresários, prefeitos e trabalhadores. “O conselho deveria fazer um debate com os deputados para sermos ouvidos e podermos corrigir as possíveis falhas”, diz, opinião compartilhada pelo deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-São Bernardo), o Vicentinho, para quem o conselho deveria fazer uma sabatina com cada parlamentar e então emitir uma opinião.

Mesmo o deputado estadual Orlando Morando (PL-São Bernardo), que esteve presente nas audiências sobre o Rodoanel com os governos estadual e federal, acha que a dificuldade de informar as ações de deputados é a principal causa da desaprovação por parte dos membros do conselho. “Um deputado que consegue uma ambulância para um cidade do interior é entrevistado até por emissora de televisão. Consegui duas para São Bernardo e ninguém ficou sabendo”, reclama.

Morando aponta também a confusão entre as funções do Legislativo e do Executivo. “Nós conseguimos as verbas e o prefeito faz a obra”, diz. Esta é a opinião também do deputado estadual Giba Marson (PV-São Bernardo). “Há essa confusão na opinião de algumas pessoas tanto em relação aos deputados como dos vereadores, assim como há também parlamentar que anuncia que fez a obra”, comenta.

Entre os parlamentares da região contatados domingo, apenas o professor Luizinho (PT-Santo André) se recusou a comentar a pesquisa. “Não vou questionar o conselho por ser um dos avaliados”, disse.

Bancada do ABC – Embora digam que para os projetos que beneficiam toda a região costuma haver uma ação conjunta dos deputados do Grande ABC, esses parlamentares confirmam que a divisão entre oposição e de apoio ao governo divide as atuações. “A bancada regional não existe, apesar da boa vontade de uns há a má vontade de outros”, afirma Siraque. Para ele, não deveria ser assim e esse quadro só vai mudar quando outros setores da sociedade participarem também das discussões. “Não adianta apresentar emendas sem a presença e participação de prefeitos e das entidades regionais”, diz.

Já Morando afirma que existe essa bancada regional e que os deputados da região estão representados no Consórcio com um assento, hoje destinado ao deputado José Bittencourt (PTB-Santo André). “Nós na Assembléia Legislativa encaminhamos as emendas elaboradas no Consórcio”, explica. Para a deputada estadual Ana do Carmo (PT-São Bernardo), o difícil é aprovar essas emendas pontuais, pois quando são aprovadas, recebem o veto do governador. “Os deputados de situação votam contra para evitar o desgaste do governador em vetá-las”, garante a petista.



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