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São Paulo recebe 13º Parada do Orgulho Gay neste domingo
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
12/06/2009 | 07:00
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Tiago Silva/DGABC


Com o tema Sem Homofobia, Mais Cidadania - Pela Isonomia dos Direitos, o propósito da 13ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo, que será realizada no domingo a partir das 10h, é chamar os holofotes para a tramitação no Senado do PLC (Projeto de Lei Complementar) 122/06, que criminaliza a homofobia no País, já aprovado pela Câmara.

Depois que o primeiro dos cerca de 20 trios elétricos cruzar a Avenida Paulista, em silêncio - o carro quer reunir assinaturas que serão enviadas ao Executivo para pressionar a sanção - a ideia é bombar o cartão-postal de São Paulo com muita música eletrônica. São esperadas, aproximadamente, três milhões de pessoas, o mesmo número de 2008.

A ONG ABCD'S (Associação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), de Santo André, participa do evento pela quinta vez. O grupo será o 14º trio, o Aroeira, a entrar na avenida, contando com a presença de Tammy Gretchen, Léo Áquila e Sabrina Boing Boing.

Para o presidente e fundador da ABCD'S, Marcelo Gil, a aprovação da lei coibiria a violência contra os homossexuais. "Ainda hoje precisamos gritar que somos cidadãos. Acredito que a sociedade passará a ter respeito ao lidar com lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Haverá uma forma de diálogo", acredita.

Com penalidades que vão de multa a prisão de 5 anos, o PLC altera a Lei de Combate ao Racismo, o Código Penal e a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Inclui gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero nos crimes de preconceito ou discriminação de raça, religião, cor, etnia, origem ou condição da pessoa idosa ou com deficiência.

A bandeira da ABCD'S é uma campanha contra o neonazismo - doutrina que promove discriminação contra grupos específicos, como negros e judeus. Segundo Marcelo, a região sofre ações dos chamados Carecas do ABC, uma gangue neonazista responsável por agressões físicas e morais. "São comuns os casos de espancamento, além de piadinhas e comentários em ruas. Travestis na Avenida Industrial, em Santo André, são agredidos verbalmente todos os dias", afirma.

O trio da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo), que abre as atrações musicais do dia, será agitado por dois DJs argentinos. A cantora Madame Mim, que também integra o elenco do programa Furfles MTV, é a primeira. Em seguida, vem o DJ Hombre, que marca presença na festa há algumas edições. O carro do guia São Paulo de Bolso terá os DJs Soul Voxxy e Tato Jr, entre outros, além de ser apadrinhado por Sheila Mello e o ex-BBB Jean Wyllys.

Segundo números da coordenadoria geral de Assuntos da Diversidade Sexual do Governo do Estado, o evento recebe 320 mil visitantes, dos quais 70% vêm do interior do Estado e, 5%, do Exterior. O valor investido este ano deve girar em torno de R$ 1 milhão, dos quais R$ 350 mil são provenientes da Cads (Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual da Prefeitura).

A Polícia Militar vai patrulhar a área com efetivo de 1.200 homens, dispostos no percurso, seja a pé, em viaturas ou em helicópteros. Haverá fiscalização de bebidas alcoólicas, sobretudo as vendidas por camelôs. Este ano, a Parada ganha dois hospitais de campanha - no ano passado era apenas um. Os leitos - 140 no total - serão dispostos na Praça Roosevelt, na Avenida da Consolação e no MASP, local da concentração.

Fundada em 2004, a Associação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual conta com aproximadamente 2.600 credenciados e oferece atividades regulares como o Café Diversidade que traz discussões sobre o relacionamento entre pais e filhos, às terças-feiras, às 19h30, em lugares diversos. A missão é sensibilizar a sociedade e promover a inclusão dos homossexuais.

Marcelo Gil adianta que o tema da 5ª Parada do Orgulho LGBT, em Santo André, é Solidariedade na Luta contra a Homofobia. Ao todo serão 45 dias de atividades, entre 15 de setembro e 1° de novembro, data do evento na Avenida Industrial. Uma delas é o 4º Campeonato de Drags e Transformistas, que será realizado todas às quintas-feiras, a partir das 19h30, no Teatro Municipal de Santo André.

(Colaborou Sara Saar, especial para o Diário/Supervisão Melina Dias)




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