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Deficit do Semasa chega
a R$ 56 milhões neste ano
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/10/2011 | 07:04
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As contas do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André apresentam deficit de R$ 56,5 milhões até o fim de setembro: aumento de 122,6% se comparado com o saldo negativo fechado em 2010, de R$ 25,3 milhões. O débito refere-se ao valor empenhado de R$ 229,9 milhões com apenas R$ 173,4 milhões pagos no período, conforme planilha divulgada no Portal da Transparência.

Como o exercício de 2011 não está finalizado, os valores ainda devem ser alterados, com possibilidades tanto para margem superior como inferior. No ano passado, os gastos empenhados da autarquia chegaram a R$ 257,9 milhões. A receita ficou bem longe da expectativa: R$ 232,5 milhões. Diferença de R$ 25,4 milhões que, inclusive, gerou pedido de instauração de CPI para apurar eventuais irregularidades na contabilidade. Porém, a abertura foi rejeitada pela Câmara.

Apesar de reconhecer o obstáculo orçamentário, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), avaliou que essa não é a realidade em virtude das providências que estão sendo tomadas. "O Semasa está fazendo a lição de casa para chegar ao mínimo (de deficit) possível. Cortamos 30% do orçamento, reduzimos empresas (contratadas)", disse o petebista, acrescentando que a meta é zerar as contas, só que "se não for possível, não se pode fazer prestação de contas que não condiz com a realidade".

Para o chefe do Executivo, um dos graves entraves para se contabilizar esse deficit foi a vinculação do Departamento de Resíduos Sólidos com a autarquia, em 2000, na administração Celso Daniel, morto em 2002. "Não foram passados recursos do tesouro municipal para pagar os custos da área. Passaram a dívida, mas não a verba para liquidar o débito."

O prefeito demonstrou preocupação com o deficit, mas admitiu enfrentar complicações para saná-lo. "A gente está tentando o equilíbrio." Segundo o petebista, em curto espaço de tempo, na prática, a fatura será atenuada com o pagamento ao Semasa de R$ 12 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento e R$ 15 milhões do Departamento de Águas e Energia Elétrica.

Aidan teve reunião com o secretário estadual da Casa Civil, Sidney Beraldo, na qual o homem-forte do governo Geraldo Alckmin (PSDB) se comprometeu a abater o valor. O petebista revelou que em cerca de dez dias a Prefeitura vai iniciar campanha de economia de água, explicando a situação da real dívida do Semasa, que deve R$ 1,5 bilhão à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo), referente a contas de água que não foram pagas nos períodos de dezembro de 1998 a dezembro de 2000, e de junho a setembro de 2002.




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