Um representante da rede terrorista Al Qaeda ameaçou realizar novos atentados, agora contra a cidade americana de Los Angeles e Melbourne, na Austrália. A fita com as ameaças foi exibida neste domingo pela emissora americana de televisão ABC.

O porta-voz da ameaça seria um americano convertido ao islamismo, chamado Adam Gadahn. "Ontem Londres e Madri. Amanhã Los Angeles e Melbourne, se Deus quiser. Não contem conosco neste momento para que demos prova de moderação ou compaixão", advertiu o homem, que falava em inglês e tinha o rosto coberto com um turbante negro que só permitia ver os olhos.

"Somos muçulmanos. Amamos a paz, mas a paz segundo as nossas condições, a paz como a define o Islã, não a chamada paz dos ocupantes e ditadores", acrescentou o homem, que agitava as mãos quando falava, parecendo ter uma arma automática nas costas.

Os serviços de Inteligência dos Estados Unidos acreditam que o homem é um americano originário da Califórnia, que transmitiu uma mensagem do mesmo tipo em nome da Al Qaeda em 2004. Na ocasião, a gravação foi considerada autêntica. A fita exibida neste domingo foi recebida no escritório da ABC no Paquistão.

"Não acreditem nas mentiras dos homens da 1.600 Pennsylvania Avenue (Casa Branca) e de Downing Street (residência do primeiro-ministro britânico, Tony Blair)", frisou Gadahn. "Estas pessoas enviaram seus filhos à morte solitária nos desertos do Iraque e nas montanhas áridas do Afeganistão".

"Amamos a paz, mas quando o inimigo viola ou nos impede de alcançá-la, passamos a amar a paz no calor da batalha, no eco das explosões, nas gargantas cortadas dos infiéis", prosseguiu, fazendo um gesto com a mão para acompanhar a expressão.

Durante o resto da fita de 11 minutos, o homem afirmou que Osama Bin Laden está vivo, antes de lembrar os nomes dos terroristas que conduziram os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Há alguns anos, Adam Gadahn, que vivia na Califórnia, era um adolescente interessando em rock pesado e na proteção do meio ambiente.

O prefeito de Los Angeles, Antonio Villaraigosa, e a polícia reagiram neste domingo afirmando que não tinham informação de que cidade fosse alvo de nenhuma ameaça particular.

"A declaração divulgada esta manhã não surpreende em nada. Seu fim é apenas evocar o medo e o medo é a arma mais potente dos terroristas", declararam em um comunicado conjunto o prefeito e a polícia.