Graças ao auxílio de seus colaboradores, João Paulo II, que em 2002 não pôde celebrar as cerimônias, limitando-se a presidir as mesmas, poderá oficiar este ano os ritos da Semana Santa no altar.

Uma sofisticada cadeira de rodas e um pequeno elevador foram instalados na basílica de São Pedro para facilitar os movimentos do Papa, que em maio completará 83 anos e possui a doença de Parkinson, além de graves problemas para se deslocar desde que sofreu uma operação no fêmur há quase dez anos.

A nova "cadeira pontifícia", testada há três semanas durante uma canonização, possui duas rodas e um mecanismo que lhe permite regular a altura. Dessa maneira, o Papa poderá celebrar as cerimônias sentado ante o altar, sem precisar permanecer de pé.

Essa é a primeira vez que o chefe da Igreja Católica aceita usar uma cadeira de rodas em público. O "minielevador" foi instalado ao lado do altar principal da histórica basílica para que o Papa não tenha que subir e descer as escadas.

A boa aparência do Sumo Pontífice - que há nove meses parou de viajar, passando a se dedicar, ao que parece, a sessões de terapia da linguagem - e a recuperação quase completa de sua capacidade de falar são consideradas notáveis por todos os católicos do mundo, que pretendem acompanhar ao vivo pela televisão as cerimônias vaticanas.

O Papa iniciará os ritos da Semana Santa com a celebração da missa da manhã de quinta-feira na basílica de São Pedro. À tarde João Paulo II presidirá a tradicional cerimônia de lavagem dos pés de doze sacerdotes, em memória dos doze apóstolos que acompanharam Jesus na última ceia.

No ano passado o Papa renunciou a lavar os pés dos doze sacerdotes, como era tradição, e o rito foi realizado pelo cardeal francês Roger Etchegaray e pelo cardeal italiano Angelo Sodano. Este ano, as autoridades da Santa Sé não explicaram como acontecerá a cerimônia.

Na Sexta-Feira Santa, dia em que Jesus Cristo morreu na cruz, o Papa presidirá na parte da manhã a liturgia da Paixão e na parte da tarde encabeçará a Via-Crúcis ao redor do Coliseu, que será exibida ao vivo para diversos países. Em quase 25 anos de pontificado João Paulo II nunca deixou de participar da Via-Crúcis, e até alguns anos atrás carregava pessoalmente a cruz ao longo do calvário.