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Brandão diz ter o apoio de Bianchi em Sto.André
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
08/10/2004 | 09:17
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Newton Brandão (PSDB) e Wilson Bianchi (PMDB) devem estar lado a lado em outdoors espalhados por Santo André, além de dividir o palanque da Frente Andreense durante a campanha para o segundo turno das eleições. O tucano, apressado na reta final, disse nesta quinta ao Diário que as fotografias até já foram tiradas. "A aliança está praticamente fechada", garantiu. O pemedebista continua fazendo jogo de cena e não confirma o apoio. Diz que gostaria de ser mais paparicado pelos dois candidatos, Brandão e João Avamileno (PT). "Sou a última bolacha do pacote. Quero deferência. E não quero saber de trocar apoio por cargo, como andam espalhando por aí."

Brandão afirma não ter oferecido nenhuma secretaria a Bianchi para conseguir o reforço. Mas também não descarta a possibilidade de tê-lo em seu governo, caso seja eleito. "Quem vier comigo, tiver expressão eleitoral e competência técnica, vai participar da minha administração."

O tucano ainda não desistiu da coligação com José Dilson, do PDT, apesar da troca de acusações entre o pedetista e o vice de Brandão, Duílio Pisaneschi. A crise entre os dois foi deflagrada na quarta, depois de Duílio ter insinuado que Dilson teria pedido "muito dinheiro" para apoiar a Frente no segundo turno. Sobre a discussão, Brandão se limitou a comentá-la vagamente - "Aconteceu muita coisa na minha campanha à minha revelia" -, sem dizer se a troca de farpas tem ou não um fundo de verdade.

Racha - Bianchi afirma que só vai anunciar o candidato de sua preferência depois da reunião desta sexta à tarde com o presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia. "Defendo que o PMDB tome uma posição conjunta, que todo mundo vá na mesma direção. Embora a tendência do partido hoje seja cada um para o lado que quiser. E há pressão da nacional para que nos coliguemos com o PT." Mas sinaliza a coligação com Brandão. "Até agora, só o PSDB me procurou. É claro que estão na frente, portanto."

A briga interna na legenda começou antes da eleição e levou a executiva estadual a intervir no diretório de Santo André. Parte dos pemedebistas queriam já no primeiro turno apoiar João Avamileno, e o vereador Sargento Juliano era um dos mais cotados para compor a chapa do petista como vice. Bianchi insistiu na candidatura própria e conseguiu o aval de Quércia. Mesmo com a interferência, o PMDB seguiu rachado e as seqüelas estão mais evidentes agora no segundo turno.

Nesta quinta, Sargento Juliano, o segundo vereador mais votado na eleição deste ano, com cerca de 8 mil votos, acompanhou Avamileno em uma comitiva que percorreu o Centro da cidade. "Gostaríamos de ter uma certa autonomia. Se o Bianchi quiser estar com o Brandão, problema dele. A minha tendência é estar com Avamileno. Aliás, só não elegemos mais vereadores porque o Bianchi quis ser candidato. Com o PT, teríamos mais estrutura", alfinetou.

O PMDB elegeu outro vereador, além de Juliano: José Araújo, o quarto mais votado de Santo André, com 4.795 votos. Ele disse que a decisão da aliança será tomada "em conjunto" com o colega de Câmara, e aproveitou para criticar Bianchi, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 23.440 votos.

"Qualquer candidato no lugar dele teria essa votação. Nós é que arrastamos votos para o Bianchi. Nós temos voto. O meu apoio e do Juliano conta muito mais que o dele."

Bianchi rebate, dizendo que os dois só foram eleitos pela força de seu nome e pela coligação com o PMN. "São crápulas, que não respeitam as decisões do partido." E sonha alto: "Tenho um caminho político a seguir. Vou ser o prefeito daqui a quatro anos. E serei reeleito daqui a oito".




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