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Faculdade de Medicina do ABC quer triplicar pesquisas
Por Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
27/06/2004 | 19:13
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A Faculdade de Medicina do ABC, que já desenvolve estudos considerados pioneiros no tratamento de várias doenças, dará início à construção, em agosto, do Cepes (Centro de Estudo, Pesquisa, Prevenção e Tratamento em Saúde). A previsão é de que o serviço comece a operar até o fim do próximo ano. O trabalho a ser realizado na instituição é inédito entre as universidades do país, pois vai envolver várias disciplinas – especialidades médicas, farmácia, fisioterapia, nutrição e enfermagem – no estudo de um tema. A expectativa é de que seja triplicado o número de pesquisas em andamento na faculdade, que hoje tem uma média de 300 trabalhos por ano.

O serviço não funcionará como um ambulatório médico, mas sim como um centro de desenvolvimento de medicamentos e pesquisa em tratamentos que, posteriormente, poderão beneficiar a população atendida pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O diretor e titular da disciplina de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC, Luiz Henrique Paschoal, afirmou que o principal aspecto do Cepes é seu caráter multidisciplinar.

Ele citou como exemplo a realização de estudos em medicamentos a serem desenvolvidos pelo curso de Farmácia, de acordo com a demanda apresentada pelos profissionais ligados aos diversos ambulatórios – os mantidos no campus e também os atendimentos feitos nos hospitais administrados pela faculdade, como o Estadual Mário Covas, em Santo André, o Municipal Universitário e o Anchieta, em São Bernardo.

“Temos no Brasil inúmeras plantas cujo princípio ativo pode auxiliar em vários tratamentos médicos. O que pretendemos fazer é trabalhar essa medicação e indicá-la para as várias áreas. Para isso, teremos o apoio de laboratórios internacionais que têm o interesse em desenvolver pesquisas conosco”, afirmou Paschoal.

Segundo ele, esse tipo de investimento gera benefícios para ambos os lados. “Nossos preços são em reais, portanto mais barato para quem vai pagar em dólar. Ao mesmo tempo em que eles economizam, nós recebemos recursos para desenvolver as pesquisas. E ainda existem outras vantagens. Nossos estudos podem ajudar a baratear o preço de medicamentos”, justificou o diretor da faculdade.

Os trabalhos serão acompanhados de perto pelo Conselho de Ética Médica da faculdade. O presidente da Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina do ABC e coordenador dos projetos de pesquisa, Marco Akerman, disse que o Cepes vai desenvolver projetos voltados para o público da região.

“As sete cidades têm características diferentes de atendimento médico, o que também varia de um bairro para outro. Estudos que sejam feitos em outras instituições nem sempre se aplicam ao Grande ABC. O centro vai ter a missão de desenvolver tratamento e prevenção ao público que atende.”

O trabalho, além de diagnosticar problemas, vai apontar de que forma deve ser aplicada a pesquisa. “É uma ferramenta importante para nortear as políticas públicas”, disse Akerman.




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