O presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Vaz de Lima (PSDB), aceitou ontem questão de ordem apresentada pelo deputado Waldir Agnello (PTB), que se sentiu ofendido pela performance de um transformista nas dependências da Casa no mês passado, durante evento de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Comunidade GLBTT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros).

Vaz de Lima decidirá agora se a questão deve ou não ser encaminhada à Corregedoria-Geral da Casa. “Assisti à fita no sábado e não posso fazer juízo. Vou analisar o material e, se necessário, encaminho à corregedoria”, disse o tucano.

Ele explicou que Agnello poderia ter se dirigido diretamente à corregedoria e solicitado uma investigação. O parlamentar, entretanto, teria preferido ouvir primeiro o posicionamento da presidência da Casa sobre o episódio.

O deputado Carlos Giannazi (Psol), coordenador da nova frente parlamentar, disse não ter dúvidas de que a questão será levada à corregedoria por pressão da bancada evangélica. “Isso pode representar um regresso para a Idade Média e acabar com a liberdade que a população tem de se expressar na Assembléia”, afirmou.

Agnello negou qualquer objeção a manifestações populares e disse que sua decisão de levar o assunto ao comando da Casa nada tem a ver com a sexualidade do artista.