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Atos contra impeachment são tímidos

Manifestações pró-Dilma no berço do PT registram baixa adesão; protesto em Diadema fecha Imigrantes; em Sto.André, ausência de lideranças

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
16/04/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


Ontem, no dia em que a Câmara dos Deputados iniciou a sessão de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), marcada para terminar amanhã, movimentos sociais, integrantes do PT e de partidos aliados ao governo no Grande ABC promoveram manifestações contra a saída da petista em três cidades da região. Entretanto, os atos realizados no berço do PT e onde mora o ex-presidente Lula registraram baixa adesão.

A mobilização pró-Dilma iniciou pela manhã, em Diadema. Por volta das 7h, integrantes do PT local e do movimento sindical promoveram passeata do Centro até a Rodovia dos Imigrantes, fechando parcialmente as faixas no sentido Capital. A manifestação causou lentidão e reuniu cerca de 100 pessoas. O protesto terminou aproximadamente às 9h, no Centro. O público carregava bandeiras do PT e cartazes pedindo a permanência de Dilma no cargo.

À tarde, a previsão era a de que mais três atos ocorressem em Santo André, São Bernardo e em Mauá. Mas o alerta de que a pífia adesão pudesse se repetir fez os organizadores decidirem unificar as mobilizações em Santo André, na Rua Coronel Oliveira Lima, no Centro. Apenas a manifestação em Mauá foi mantida.

Militantes do PT andreense, de movimentos estudantis e funcionários comissionados do Paço se concentraram no tradicional centro comercial e, às 18h, desceram a via entoando gritos de ordem de “não vai ter golpe” e criticando ferrenhamente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rival do governo, e o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).

Segundo os organizadores, o ato reuniu 600 pessoas. A PM (Polícia Militar) não divulgou estimativa de público. A expectativa de governistas, porém, era a de que a união de dois atos pudesse inflar a manifestação na cidade. Nem o prefeito Carlos Grana (PT), esperado para o ato, compareceu. Apesar da tímida adesão, o presidente do PT andreense, deputado estadual Luiz Turco, frisou que a principal manifestação ocorrerá amanhã, no Vale do Anhangabaú, no Centro da Capital, onde apoiadores de Dilma acompanharão a votação do impeachment. “O Grande ABC está todo mobilizado. Mas temos de jogar peso no Anhangabaú. Estamos com muita expectativa de vencer essa parada e, no dia seguinte (à votação), a Dilma possa fazer um governo apresentando nova pauta para a sociedade”, salientou Turco.

Participantes do ato conversavam entre si e tentavam prever o resultado da votação de amanhã. Muitos aparentavam preocupação com possível derrota de Dilma, mas outros pregavam otimismo, caso do secretário de Cultura de Santo André, Tiago Nogueira (PT). Governistas também demonstravam apreensão com possível surgimento de nova fase da Operação Lava Jato.

Em Brasília, o dia foi longo. A sessão começou às 9h, com discursos de um dos autores do impeachment, o jurista Helio Bicudo, e da defesa da presidente, executada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Deputados contra e pró-impeachment também falaram na tribuna.

Grande ABC quer novo rumo, diz Alex

Vice-líder do PPS na Câmara Federal, o deputado Alex Manente (PPS-São Bernardo) usou a tribuna para defender o impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e disse que o Grande ABC “quer novo rumo para o País”.

“Venho do Grande ABC. Lá vivemos e sofremos diariamente com a crise instalada no País. Tenho responsabilidade de honrar a confiança de todo Grande ABC e especial de São Bernardo, mostrando que o País e Grande ABC querem novo rumo à Nação”, afirmou Alex.

No discurso de dois minutos e 48 segundos, o popular-socialista resgatou o trabalho da comissão especial do impeachment, da qual fez parte. O relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), defendendo o fim do mandato de Dilma, foi aprovado no grupo, com voto de Alex.

“A Constituição foi descumprida. Ritos técnicos foram cumpridos na comissão especial e mostraram que os requisitos são juridicamente consistentes dos juristas Miguel Reale Júnior, Helio Bicudo e da advogada Janaina Paschoal. Não podemos admitir que vivemos no Brasil essa onda de corrupção, que se instalou no nosso País, e mexeu na economia de todos os brasileiros”, declarou o parlamentar.

Ainda de acordo com Alex, há anseio popular pela queda de Dilma Rousseff. “Observamos população indignada e ansiosa. Temos oportunidade de cumprir papel que sociedade tem clamado nas ruas. A sociedade brasileira aguarda e domingo (amanhã) começaremos a escrever nova história. Será o primeiro passo de um País que quer crescer e efetivamente trazer melhorias que a população precisa.”

O PPS fechou questão e votará em bloco pela saída de Dilma. A oposição afirma ter votos suficientes para aprovar o impeachment na Câmara e levar o caso ao Senado. Já o governo diz possuir adesões para barrar o andamento já na Câmara. (da Redação) 




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