Há mais de dez anos que Florzinha, Lindinha e Docinho não aparecem para salvar o dia da cidade de Townsville. As Meninas Superpoderosas se tornaram um sucesso mundial entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000, marcando toda uma geração que cresceu acompanhando suas aventuras para proteger o mundo antes da hora de irem dormir.

Agora, uma outra versão do desenho animado está pronta para divertir o público antigo e chamar a atenção de novos fãs. O remake de As Meninas Superpoderosas estreia amanhã, a partir das 19h30, no canal pago Cartoon Network. Os 40 capítulos vão ao ar nas noites de segunda a sexta-feira, sempre no mesmo horário, acompanhando as heroínas que nasceram da mistura de açúcar, tempero, tudo o que há de bom e um pouco de Elemento X, este último responsável por lhes dar poderes.

A ideia é remodelar a história para o mundo moderno. Desta vez, as garotinhas andam com celulares para receber as chamadas de ajuda e elas estudam em um colégio maior (não mais no jardim da infância). Pequenas mudanças nos traços dos desenhos, como detalhes nos elásticos de cabelo de Lindinha e no penteado de Docinho, também aparecem, mas o conceito de colocar as protagonistas lidando com vilões em meio a seu dia a dia continua.

O Diarinho participou de evento especial onde foram apresentados os dois primeiros episódios do novo seriado. Em A Fuga da Ilha do Monstro, o trio precisa resgatar o Prefeito do ataque de perigosos seres estranhos ao mesmo tempo em que briga por ingressos para o show de sua banda preferida. Já Princesa Docinho traz a personagem do título se envolvendo com grupo de meninas duronas que aparece na escola e deixando as irmãs um pouco de lado.

Se antes as histórias eram mais focadas na ação contra vilões como Macaco Loco, a Gangue Gangrena e o perigoso Ele, os contos atuais parecem dar mais atenção para a comédia. Claro que o humor também aparece nos momentos de luta, tanto que as meninas agora possuem uma energia especial capaz de criar formas variadas, seja um coelhinho, um tanque de guerra ou um aspirador de pó. O trio está pronto para seu retorno à televisão.

Brasileira faz parte do time de desenhistas

A nova versão de As Meninas Superpoderosas será apresentada ao mundo com um toque brasileiro. Natural de Belo Horizonte (Minas Gerais), Letícia Abreu Silva, 32 anos, faz parte da equipe montada pelo canal internacional Cartoon Network, em Los Angeles (Estados Unidos), para reviver a popular animação depois de 11 temporadas longe da televisão.

Ela trabalha como artista de storyboard, responsável por transformar em desenho toda a ideia dos escritores. “Você pega o script (onde o episódio está escrito) e precisa dar forma para tudo aquilo. O bacana é que ajudo a contar a história”, disse, revelando também que todo o processo para se montar apenas um capítulo dura cerca de cinco semanas. “Temos que ser muito detalhistas.”

Letícia lembra que cresceu vendo o programa original, além de acompanhar desenhos como O Laboratório de Dexter e Samurai Jack. “Gosto mais da Lindinha, pois ela é muito fofa, o coração do trio. Sou apaixonada pela personagem e adoro fazer episódios nos quais ela é a protagonista”, comentou a artista.