O presidente da Autoridade Palestina Mahmud Abbas e o primeiro-ministro Ismail Haniyeh deram nesta segunda-feira um importante passo para a formação de um governo de união nacional entre seus partidos, o Fatah e o Hamas, anunciando um acordo sobre o programa político do futuro gabinete. Haniyeh deverá ser chamado a formar o novo governo ainda nesta semana.
O presidente da Autoridade Palestina deve dissolver o governo dentro de 48 horas e encarregar Haniyeh, de formar um gabinete de união nacional dentro do qual estarão unidos o Hamas e o Fatah. Segundo a Lei fundamental palestina, o primeiro-ministro designado tem cinco semanas para apresentar sua equipe.
"Concluímos a definição do programa político do governo de união nacional, baseado no documento de acordo nacional (assinado em 27 de junho)", informou Abbas, que também disse que a formação do novo governo deve acontecer nos próximos dias.
Haniyeh confirmou ter alcançado um compromisso com Abbas após várias semanas de negociações.
O ‘documento de acordo nacional’ prevê principalmente a ‘concentração’ dos ataques anti-israelenses nos territórios ocupados em 1967 e a criação de um Estado nestas terras, o que constitui um reconhecimento implícito do direito de Israel à existência por todos os signatários do documento, entre eles o Hamas.
O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirmou nesta segunda-feira que a aceitação deste documento por seu movimento não constituía um reconhecimento de Israel.
Abbas considera que um governo de união nacional estará preparado para pôr fim à crise político-financeira desencadeada nos territórios palestinos após a ascensão do Hamas ao poder no final de março, e permitirá a retomada das ajudas internacionais suspensas pelos doadores internacionais.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Opinion Polls and Survey Studies Center da Universidade al-Najah na Cisjordânia divulgada nesta segunda-feira, a maioria dos palestinos é favorável à criação de um governo de união nacional reunindo Hamas e Fatah. Pelo menos 85% das pessoas consultadas se disseram favoráveis a um governo de união nacional, 12,5% se opuseram e o restante não expressou opinião, segundo a sondagem.
Das pessoas consultadas, 63% consideram que um governo deste tipo estará preparado para pôr fim à crise político-financeira sem precedentes, agravada por uma greve realizada há nove dias por milhares de funcionários que exigem o pagamento de seus salários atrasados.
O primeiro-ministro britânico Tony Blair apoiou no domingo, durante um encontro com Abbas na Cisjordânia, a idéia de um governo de união nacional palestino, que respeite os princípios estabelecidos pelo Quarteto relativos ao Hamas.
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