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Novo reitor quer UFABC universal
Do Diário do Grande ABC
02/01/2007 | 22:02
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Ex-vice-reitor da UFABC (Universidade Federal do ABC), o professor Luiz Bevilacqua, 69 anos, assumiu o comando da universidade após duas mudanças repentinas do cargo pelo MEC (Ministério da Educação) em apenas dois dias, em dezembro. Engenheiro civil com larga experiência na área prática e acadêmica, Bevilacqua enfafizou nesta entrevista a diretriz global, sem fronteiras, que a UFABC deve seguir como principal meta. Também anunciou o projeto de criação Centro de Matemática, área com deficiência no Brasil e eleição para a reitoria até junho.

 Atualmente, o cargo é pro-tempore, isto é, de confiança, e pode ser mudado a qualquer momento.

Diário – Por que houve as duas mudanças na reitoria?

Bevilacqua – Isso é uma coisa que ficou meio nebulosa. A segunda mudança foi trivial, natural. Mas a primeira mudança foi importante, quando o professor Hermano (Tavares, reitor desde o final de 2005) praticamente pediu demissão porque o ministro pediu o cargo. O motivo alegado parece que foi de pouco entrosamento com a região. Parece que foram críticas dizendo que a universidade só estava no ABC, mas não era do ABC. Mas isso não é razoável. Aqui você tem a Volkswagen do Brasil, a General Motors do Brasil. A sede é no exterior, e é de lá que saem as grandes idéias. Então é um engano a crítica. Essa universidade está aqui para cooperar com o Brasil inteiro. Agora, o impacto maior, mais imediato, será na região. Não se pode pensar em uma universidade que é voltada para ela mesma e dizer que isso é universal. Não é. A encomenda do MEC é que essa universidade faça dessa região um pólo de irradiação de conhecimento para o Brasil e o mundo.

Diário – Quais são os principais objetivos do senhor no cargo?

Bevilacqua – É ser uma universidade no próprio sentido da palavra. A gente quer resgatar um pouco essa idéia que às vezes se perdeu. Temos uma missão muito nobre de fazer avançar o conhecimento. Para conseguir esse objetivo, é preciso pesquisa e integração com a sociedade.

Diário – Atualmente, o corpo docente é bem qualificado?

Bevilacqua – Eu diria que é o melhor do Brasil, pela idade da universidade e pelo perfil. Todos os professores precisam ter doutorado. O concurso foi muito duro. A gente sente falta de mais gente na Matemática. Tinham 3 vagas e somente um foi qualificado. Não está se formando matemático aqui no Brasil, as pessoas não estão indo pra Matemática. Por isso mesmo a gente quer fazer aqui um grande Centro de Matemática que vai contribuir com a formação de professores e fomentar a pesquisa.

Diário – Quando haverá eleição para reitor?

Bevilacqua – Entre maio e junho. Até lá, precisamos elaborar as regras para a formação do Conselho da universidade e regimento interno. Será feita uma lista tríplice e o ministro da Educação vai escolher um. O mandato será de quatro anos, podendo ter uma reeleição. A partir disso, as mudanças de reitoria, como a saída do Hermano, só podem ser feitas com intervenção federal, como era na época da ditadura.




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