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Vencedor do Oscar critica guerra em entrevista à CNN
Por Do Diário OnLine
26/03/2003 | 03:14
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O documentarista norte-americano Michael Moore, vencedor do Oscar 2003 por seu 'Tiros em Columbine', voltou a criticar a guerra e o presidente George W. Bush, na madrugada desta quarta-feira, numa entrevista ao vivo à TV CNN. Moore mostrou na rede americana de notícias o mesmo vigor exibido na festa do Oscar, domingo passado.

Ele roubou a cena num Kodak Theater lotado de astros e estrelas de Hollywood ao discursar com veemência contra a guerra quando subiu ao placo para receber a estatueta. Na ocasião, o documentarista disse que Bush "envergonha" por submeter o país a uma guerra de "motivos fictícios". A vitória de Bush na eleição presidencial também foi chamada de "fictícia" pelo cineasta.

Moore negou que tenha sido vaiado quando começou seu discurso contra a guerra em plena cerimônia do Oscar. Ele falou que alguns poucos começaram a vaiá-lo e outro grupo começou a vaiar quem o vaiava. "Foi uma festa de 'buuuhs'. Esta é a beleza da TV ao vivo", comentou.

Famoso pela oposição ferrenha a Bush e seu governo, o documentarista disse que decidiu se manifestar na maior festa da indústria cinematográfica para marcar posição. "Estava andando para o palco e achei que deveria dizer o que queria dizer, ser o que eu sou. Não sou um cara de Hollywood", afirmou. Mas ele assegurou que 'os caras de Hollywood' (os artistas e diretores sentados na primeiras fileiras) não o vaiaram. "As vaias partiram dos balcões e dos bastidores", argumentou.

O vencedor do Oscar também enfrentou uma oposição ferrenha da jornalista que o entrevistava. Foi quando falou que "a maioria" da população americana é contra Bush e tudo o que ele faz. A âncora rebateu, argumentando que as pesquisas de opinião mostram que "a maioria das pessoas, como eu mesma, aprova as tropas americanas no Iraque."

Moore respondeu que as pesquisas de opinião não retratam o ponto de vista dos americanos pobres e trabalhadores. Ele argumentou ainda que é "óbvio" o crescimento dos índices de aprovação à guerra depois que o conflito começa, pois a população passa a "desejar que seus garotos lutem seguros".

Assim como ocorreu no Oscar, quando uma música foi sobreposta ao som do microfone para acabar com o discurso, Moore foi cortado drasticamente pela âncora, que disse que "infelizmente o tempo havia acabado". O documentarista não perdeu a oportunidade de uma última estocada. "Vamos voltar aos generais, certo?"

Um microfone aberto, na casa de Moore ou no próprio estúdio da CNN, flagrou muitas risadas logo após a resposta do entrevistado.




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