Considerado peça-chave para assegurar a força do PSDB do cenário político de Diadema, o ex-prefeito e atual secretário de Saúde no município, José Augusto da Silva Ramos, comunicou aos filiados que não quer participar da eleição de outubro. A afirmação foi colocada na última reunião da legenda, realizada na semana passada, frustrando a expectativa dos tucanos que esperavam contar novamente com o ex-prefeito como puxador de votos à Câmara e formar bancada com quatro cadeiras.

Em 2012, Zé Augusto registrou a maior votação de um vereador já conquistada na cidade, ao assegurar 7.254 votos, em campanha marcada por foco maior à candidatura ao Paço de sua mulher, a ex-vereadora Maridite Cristóvão, que rivalizava com Lauro Michels (PV) e o então prefeito Mário Reali (PT). Maridite ficou em terceiro lugar e, no segundo turno, ao lado do marido, formalizou apoio a Lauro, algo determinante para vitória e quebra da hegemonia petista no município, que durava três décadas. O cacique tucano se licenciou do Legislativo para ocupar cargo no alto escalão da administração do verde.

Aos tucanos diademenses, Zé Augusto informou que já está contemplado com a iminente nomeação de Maridite como vice de Lauro no pleito de outubro. O partido, que abriu mão de candidatura própria, está próximo de ser formalizado como número dois na chapa do atual chefe do Executivo. Lauro tem manifestado preferência por dobrada com Maridite. Chegaram a ser cogitados para vaga o próprio Zé Augusto e o presidente da Câmara, José Dourado

O cacique tucano, 68 anos, tem reforçado ao tucanato que espera pela chegada e formação de novos nomes, com vistas ao processo eleitoral, considerando revogar sua decisão somente em último caso ou na falta de coletivo para formação de bancada. Além de Dourado, só o líder do governo, Atevaldo Leitão (PSDB), possui potencial de votos para conquistar cadeira parlamentar. Leitão registrou 1.956 – ficando na primeira suplência –, enquanto Dourado angariou 2.574 adesões.

O partido, que é presidido por Zé Augusto na cidade, não tem plano B caso a desistência se concretize. A aposta atualmente é possível chegada do vereador governista Talabi Fahel, que está sem partido desde o ano passado após ser expulso do PR. Talabi, que foi o sétimo mais bem votado na cidade em 2012, com 4.139 votos, foi convidado formalmente pelos tucanos, mas ainda não respondeu se aceitará se filiar.

Comenta-se que alternativa seria a legenda formalizar coligação com partido mais estruturado do arco de Lauro. A possibilidade, no entanto, não é vista com bons olhos pelas demais legendas.