O escritor catalão, que havia sido submetido há nove anos à implantação de quatro pontes de safena, morreu de um infarto fulminante, de acordo com as primeiras conclusões médicas, informaram emissoras de rádio espanholas.
A embaixada da Espanha em Bangcoc, à espera das conclusões da autópsia, limitou-se a confirmar que Vázquez Montalbán havia "morrido de repente, indo de um avião para outro". O corpo do escritor será repatriado, segundo a mesma fonte. Ele vinha de Sydney e tinha que embarcar em um vôo de conexão da companhia Thai Airways International para Madri.
Fiel durante toda sua vida ao comunismo catalão e ao antifascismo, Montalbán era um grande analista político e colaborava com o jornal El País. Seu mítico Pepe Carvalho "nasceu" em 1971 no livro "Eu matei Kennedy", como um agente secreto e foi mudando de perfil progressivamente até tornar-se um detetive particular.
Graças a esse personagem, Vázquez Montalbán fez uma discreta oposição e crítica ao governo de Francisco Franco. Suas idéias revolucionárias o fizeram passar um ano e meio na prisão, foi privado de passaporte e também perdeu a autorização de trabalhar como jornalista.
Curiosamente, um de seus livros policiais, traduzidos para 24 idiomas, transcorria em Bangcoc ("Os pássaros de Bangcoc"), à qual Pepe Carvalho definiu como "uma cidade que está apodrecendo".
Como poeta, ensaista, novelista e dramaturgo, Vázquez Montalbán recebeu muitos prêmios literários, entre eles o Prêmio Planeta, em 1979, por "Os Mares do Sul". Também ganhou o Prix international de littérature policière na França e o Ennio Flaiano na Itália.
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