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Marinho renova com a Friboi por R$ 4,8 mi

Prefeitura de São Bernardo prorroga por um ano
contrato com a JBS e eleva pagamento a R$ 24 mi

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/07/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), aditou na quarta-feira, por mais um ano, o contrato com a JBS, detentora da marca Friboi. A prorrogação contratual custará R$ 4,8 milhões aos cofres da cidade, que, em cinco anos, chegará a despender R$ 24,36 milhões no acordo coma fornecedora de alimento à administração municipal.

Assinado em 2010, o convênio entre governo Marinho e JBS foi contestado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Conselheiros da Corte questionaram critérios utilizados pela Secretaria de Educação – responsável pelo contrato – na formulação do edital, o que afastou concorrentes e, consequentemente, reduziu a possibilidade de menor preço devido à competitividade.

Há também suspeita na única rival da JBS pelo acordo, a Fridel. A empresa participou normalmente do certame, mas não teve seu nome registrado pelo governo em lista encaminhada ao TCE na prestação de contas.

O contrato prevê fornecimento de carne bovina congelada em cubos, carne moída e fígado. Não é raro ver reclamação de diretores de escolas municipais sobre o produto entregue, já que, depois de descongelado, o alimento perde peso (principal critério de pagamento). Em um quilo congelado há, na verdade, 800 gramas de carne.

Na prática, o município fica no prejuízo por pagar valor que não chega ao prato das crianças. São 80 mil estudantes atendidos pelos alimentos fornecidos pela JBS.

A administração petista não explicou os motivos da prorrogação contratual nem os itens contestados pelo Tribunal de Contas.

CAIXA ELEITORAL
A JBS foi uma das maiores financiadoras da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) no ano passado, empreitada política que tinha Marinho como coordenador regional do Sudeste.

Conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Dilma recebeu R$ 98,3 milhões da JBS, entre transferência direta à sua candidatura e por meio da direção nacional do PT.

A quantia equivale a 27,2% de todo recurso empenhado pela JBS em campanhas políticas de 2014 (para concorrentes da petista, candidatos a deputado federal, deputado estadual, governador e senador). No total, a empresa destinou R$ 361,7 milhões a projetos políticos no pleito de 2014, também segundo informações presentes em prestações de contas entregues ao TSE.

Também coordenado por Marinho, o candidato do PT ao governo do Estado, ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, foi outro político aliado do prefeito de São Bernardo que recebeu doação financeira da JBS. Padilha – que na campanha não teve muito apoio institucional de Marinho – viu a firma depositar R$ 8,5 milhões em sua empreitada eleitoral. Ele foi derrotado, já no primeiro turno, para Geraldo Alckmin (PSDB), que concorria à reeleição.




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