Longe dos holofotes que iluminam os principais times do Estado, o tradicional Esporte Clube São Bernardo recomeça o caminho em busca do acesso para a Série A-3 do Campeonato Paulista - equivalente a Terceira Divisão. Ao contrário do Tigre, que conseguiu rápida evolução e no último final de semana estreou na Primeira Divisão vencendo o Grêmio Prudente por 3 a 1, o primo pobre da cidade se arrasta em dívidas e luta para conseguir montar equipe competitiva.

O ano passado, a equipe tentou parceria com Palhinha, ex-meia do São Paulo, mas o resultado foi desastroso. "Ficamos atolados em dívidas. O Palhinha nos prometeu mundos e fundos, mas não cumpriu nada do que falou. Trouxe jogadores de vários lugares, alugou uma chácara no Riacho Grande para os atletas e depois sumiu do mapa, deixando o clube mergulhado em dívidas", explica o diretor de esportes, Valdemar Lourenço Filho.

O primeiro passo para se reerguer é a Segundona que começa em Maio. "Vamos utilizar a mesma base que disputou o último Paulista Sub-20 da Segunda Divisão e terminou em terceiro lugar. Também teremos reforços. Não quero montar time para disputar e sim para ganhar", ressalta Valdemar, que garantiu a permanência do treinador Julio Passarelli, que incia os trabalho em março.

OUTRO LADO

Ao saber da acusação feita pelo dirigente sobre o desfalque que teria proporcionado ao clube, Palhinha se defendeu. "Tudo que prometi, paguei. As únicas coisas que ficaram pendentes foram as rescisões de contrato que é de responsabilidade do clube. Até o aluguel da chácara no Riacho Grande eu quitei", garante o ex-jogador.

Ressabiado, Palhinha diz que não quer saber de novas parcerias. "Estou correndo do futebol. Só problemas. Se um dia algum clube me procurar para ser treinador, diretor, com garantia que vou receber salário, treino até o Bin Laden no Afeganistão", brinca. "Caso contrário estou fora. Chega de problemas na minha vida", completa.