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G8-Finanças: promessas à África e apoio às negociações da OMC
Da AFP
19/05/2007 | 13:01
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Os ministros das Finanças dos países desenvolvidos (G-8) se comprometeram neste sábado a cumprir as promessas de ajuda à África e apoiaram as negociações da rodada de Doha na OMC (Organização Mundial do Comércio).

O G8-Finanças chegou ao fim neste sábado após uma reunião de dois dias em Potsdam, cidade histórica próxima a Berlim, reiterando o compromisso com os países pobres.

"Reafirmamos a importância de cumprir nossos compromissos em termos de ajuda às nações mais desfavorecidas, em particular da África", destaca o comunicado final assinado pelos ministros dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Itália e Rússia.

No encontro de 2005 na cidade escocesa de Gleneagles, o G-8 se comprometeu a anular a dívida pública multilateral de 35 dos países mais pobres e a aumentar, até 2010, a US$ 50 bilhões sua ajuda anual aos mesmos.

Em Potsdam, o G8-Finanças manifestou ainda implicitamente a inquietação com a política de empréstimos indiscriminados na África de alguns países emergentes, como a China, o que pode gerar uma nova espiral de endividamento.

Sem citar diretamente a China - como desejava originalmente a presidência alemã do G-8 - o comunicado pede a todos os credores e devedores que respeitem os critérios do FMI e do Banco Mundial. Também defende a criação de uma "carta internacional de crédito responsável", que envolva outras partes, entre elas o G-20, fórum de países emergentes que inclui Brasil e China.

Como era previsível, o G-8-Finanças pediu aos países negociadores da rodada de Doha da OMC um acordo o mais rápido possível. As negociações estão bloqueadas há um ano e as recentes reuniões multilaterais permitiram apenas leves avanços.

Outro tema abordado no encontro foram os fundos especulativos (hedge funds) e seus riscos para o equilíbrio financeiro mundial. "Devido ao forte crescimento da indústria dos fundos especulativos e à crescente complexidade dos instrumentos que administram, reafirmamos a necessidade de ser vigilantes", aforma o comunicado.

A posição prudente do G8 reflete as divisões dentro do grupo, no qual alguns defendem uma transparência maior e outros não aceitam qualquer intervencionismo no setor.

Os ministros também manifestaram preocupação com a alta cotação do petróleo (em torno de US$ 70 o barril sexta-feira em Londres, recorde em oito meses), que pode gerar inflação e afetar o crescimento mundial.

A reunião foi celebrada sob o impacto da saída do presidente do Bird (Banco Mundial ), Paul Wolfowitz, acusado de nepotismo, mas que foi homenageado pelos oito países mais ricos do planeta.

"Expressamos nossa homenagem ao presidente do Banco Mundial Paul Wolfowitz por seus serviços ao banco e seu compromisso em favor de um desenvolvimento responsável e uma reducção da pobreza, especialmente na África", conclui o comunicado.




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