Setecidades Titulo Criminalidade
Roubos de carga diminuem 21% no Grande ABC

As sete cidades registraram 92 ocorrências no primeiro trimestre deste ano, enquanto no mesmo período de 2014 foram 117 casos

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
04/05/2015 | 07:05
Compartilhar notícia
Marina Brandão/DGABC


O primeiro trimestre deste ano registrou queda de 21,37% (92 casos) nas ocorrências de roubo de carga no Grande ABC. No mesmo período de 2014 houve 117 casos, segundo dados divulgados pela SSP (Secretaria da Segurança Pública).

A cidade que mais registrou baixa foi Ribeirão Pires, seguida por Diadema e Santo André (veja os dados no quadro acima). Em março também houve redução nas sete cidades se comparado com os dados do mesmo mês do ano passado, em 20,45%.

De acordo com o major da Polícia Militar Rodoviária Temístocles Telmo Ferreira Ramos, chefe da divisão operacional responsável pelo policiamento no Estado, ações como aumento de viaturas nas rodovias ajudam na diminuição.

“Fazemos uma análise onde são registradas as ocorrências e procuramos identificar a incidência. Costuma ser em saída de rodovia, onde o motorista reduz a velocidade, e em postos de descanso, locais de manutenção e estacionamentos. Assim fazemos patrulhamento maior nesses locais”, disse.

Conforme Ramos, são duas ações específicas para o tipo de crime. Já a carga com maior interesse nos roubos é a de alimentos. “Nas rodovias, os caminhões podem ser interceptados por meio de paralisação do veículo com abordagem armada ou aproveitando do motorista em parada de descanso. A carga pode variar de acordo com o interesse, mas existe incidência muito grande em veículos que transportam alimentos”, afirmou.

Para quem vive a rotina das rodovias do País, a diminuição dos números e aumento da sensação de segurança foi notada. Edson Luiz da Silva, 46 anos, trabalha no ramo há 26. Ele faz principalmente trajetos que vão de Mato Grosso do Sul até o Porto de Santos.
“Não carrego cargas específicas, é sempre o que a empresa pede. Muitas vezes só descubro na hora de descarregar. Me dá uma certa insegurança no trecho de serra, mas a gente vê muitas viaturas, o que nos deixa mais tranquilo. Graças a Deus eu nunca fui roubado”, afirmou.

Cladir Delcio de Toledo, 47, caminhoneiro há 28, também nunca passou pela situação. “Tenho amigos que já foram até feitos de reféns. A gente redobra a atenção, mas é bom ver mais policiamento”, disse.

Outro ponto destacado por Ronivaldo da Silva, 38, dez anos de profissão, é o agendamento feito pelas próprias empresas. Segundo ele, isso diminuiu o número de caminhões nas áreas de descanso. “Agora a gente tem um horário e data certa para sair e também para chegar. Consequentemente, a gente não precisa ficar mais tempo esperando. É tudo programado”, explicou.

Euroídes Donizeti Alves, 45, caminhoneiro há dois anos, destacou o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes). “As bases da Polícia Rodoviária e os bolsões da própria via fazem com que a gente fique mais tranquilo.”

De acordo com Ramos, a rodovia é uma das mais importantes do Estado. “É a via que leva para o Porto de Santos, o maior da América Latina. Por lá passam muitas cargas valiosas. Cada via do Estado tem sua particularidade.”

Não parar em locais isolados ajuda na prevenção das ocorrências

O caminhoneiro Antônio Teles, 55 anos, está na profissão há 36. Desde que ele foi roubado em 2010, anda mais atento em relação às áreas de descanso. “Estava dormindo dentro da cabine em um posto de combustível na Rodovia Castelo Branco. Três homens armados quebraram o vidro e me obrigaram a ir com eles, me largando só em Campinas. O prejuízo nem é a carga, mas a insegurança que você fica.”

O major Temístocles Telmo Ferreira Ramos, da Polícia Militar Rodoviária, aconselha os motoristas a procurarem áreas de descanso iluminadas e com segurança. “O ideal é que se, por ventura, o condutor precise fazer uma parada de emergência, seja em uma base da Polícia Rodoviária”, disse.

Além disso, outras dicas como mais atenção ao volante também ajudam a prevenir o tipo de crime. Ramos ainda alerta para o itinerário. “É melhor cumprir a rota previamente estabelecida, o seu itinerário, e que não haja desvios. A segunda orientação é ficar atento a qualquer atitude suspeita, observar veículos ao redor e, caso necessário, acionar rapidamente o 190”, orientou o major.
Não oferecer caronas a desconhecidos também foi destacado pelo major.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;