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Jardim das Oliveiras continua sem solução

Prefeitura de São Bernardo alega estar em tratativas com órgãos públicos para sanar situação

Por Daniel Macário
Especial para o Diário
03/04/2015 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


Moradores do Jardim das Oliveiras, em São Bernardo, lamentam que intervenções prometidas pela Prefeitura para o local ainda não foram feitas. Localizado em área de manancial, o bairro foi construído na década de 1990 no lugar de um antigo lixão clandestino.

A pedido do Ministério Público, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) realizou, em 1995, levantamento na área e constatou a existência de benzeno e de outros metais pesados no solo em níveis preocupantes.

Após os estudos, o Executivo da cidade prometeu série de ações para o lugar. Apesar da Cetesb ter autorizado, em março de 2014, que o município iniciasse a remoção de famílias e a remediação do bairro, até quarta-feira desta semana o local continuava completamente abandonado.

“Estamos desde o ano passado aguardando as obras começarem. A Cetesb já havia separado a área por lotes, orientando a Prefeitura quais intervenções poderiam ser feita. Mesmo assim, tudo está atrasado”, relata a costureira Verônica Carneiro Rios, 51 anos.

Moradora do bairro há 22 anos, Verônica afirma que a administração agiu de forma errada. “Eles chegaram a fazer, em 2014, reunião passando o cronograma das obras. Nessa previsão constava que, por exemplo, a pavimentação das ruas iria começar no início deste ano. Entretanto, depois fomos na Promotoria e eles informaram que para o Ministério Público foi entregue outro cronograma. Isso é um absurdo.”

Lucilene Vieira Martins, 49, é uma das moradoras que ta,bém aguarda para ser removida de sua casa. Junto do marido, irmão e dois filhos, a dona de casa vive em área em que foi constatada a existência de metais pesados e benzeno – substância cancerígena. “Depois do ano passado ninguém mais me procurou. Estou aguardando eles falarem quanto vão pagar pela minha casa. Enquanto isso fico nessa situação de incerteza.”

“A revolta da comunidade foi tanta que os próprios moradores se organizaram e compraram concreto para fazer o asfalto de algumas vias. Antes, nem ambulância conseguia subir”, desabafa o metalúrgico Maurício Inácio da Silva, 55.

O cronograma do projeto para o Jardim das Oliveiras além de constar a remoção de famílias por conta da contaminação gerada por descarte de lixo, também prevê a implantação de sistema de drenagem de gases, impermeabilizar o terreno com manta, proibir construções em ambientes fechados, restringir o plantio de vegetação frutífera, instalação de rede de esgoto e pavimentação de ruas.

Procurada pelo Diário, a Prefeitura de São Bernardo informou que continua em tratativas com Ministério Público, Cetesb e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para resolver a situação do Jardim das Oliveiras. 




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