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Mudanças climáticas agravarão situação mundial
Por Das Agências
19/02/2001 | 11:20
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As mudanças climáticas aumentarão ao mesmo tempo as inundações e a falta de água, diminuirão o rendimento agrícola e agravarão a situação sanitária no século XXI, segundo o IPCC, grupo intergovernamental sobre a evolução do clima, formado por cientistas e comissionado pela ONU para estudar o aquecimento do planeta.

  Em um novo informe titulado 'Mudança climática 2001: impactos, adaptação e vulnerabilidade', o IPCC considera que 'todas as regiões (do globo) seguramente sofrerão certos efeitos negativos, em decorrência do aquecimento'.

  Os países em desenvolvimento, com menores capacidades para enfrentar a situação, serão os mais vulneráveis.

  Um aumento da freqüência e da intensidade dos 'acontecimentos extremos' serão registrados, disseram os especialistas.

  'Precipitações intensas acontecerão, com toda certeza, em várias regiões, incluindo os países desenvolvidos, aumentando as inundações, os deslizamentos e as avalanches'.

  Ondas de calor serão sentidas por todas as partes, aumentando a mortalidade e os danos nas colheitas. A seca, em alta aparente nos países de temperatura moderada, afetará o curso dos rios, os recursos e a qualidade da água.

  Os países do Sul 'provavelmente' conhecerão ciclones tropicais mais intensos e um aumento de secas e inundações. Os países subtropicais sofrerão em particular a falta de água.

  O aumento do nível do mar incrementará as inundações e as tempestades nas costas e ameaçará particularmente os deltas e os pequenos estados isolados.

  No aspecto econômico, a diferença entre o Sul e o Norte aumentará a medida em que o termômetro subir.

  Nos países ricos 'um aumento da temperatura limitado a alguns graus produzirá ganância e perdas, mas uma alta mais importante só terá efeitos econômicos negativos'.

  Os países pobres sempre sofrerão 'perdas econômicas líquidas', que aumentarão na mesma medida que o termômetro subir.

  'A maioria das regiões tropicais e subtropicais registrarão uma redução geral de rendimento de suas colheitas e, para certos cultivos esta queda acontecerá, inclusive, com uma alta mínima da temperatura'.

  No plano sanitário, as doenças tropicais estenderão sua área geográfica. Nos países do Norte, a mortalidade em decorrência do calor, a umidade e a contaminação aumentarão.

  Os cientistas do IPCC se apóiam em um informe de seus colegas de outro grupo de trabalho, publicado no dia 22 de janeiro em Shangai (China), que prevê para o século XXI uma alta média do termômetro entre 1,4ºC e 5,8ºC e do nível do mar entre 9cm e 88 cm.

  Eles consideram que o aumento de temperatura do século XX 'já afetou em várias partes do mundo diversos sistemas físicos e biológicos'. Citam como exemplos o retrocesso das geleiras e as modificações no comportamento dos animais.

  Segundo eles, estas mudanças acontecerão no século XXI. Assim, metade das geleiras alpinas vai desaparecer e várias espécies de animais, que atualmente estão seriamente ameaçadas, serão extintas.

  O aquecimento climático do século XXI também 'pode conduzir, posteriormente, a mudanças em grande escala, muitas delas irreversíveis, com conseqüências continentais e mundiais no físico do globo'.

  Poderia, por exemplo, provocar uma 'diminuição significativa da Corrente do Golfo e 'diminuir os campos de gelo da Groenlândia e da Antártica ocidental. O primeiro fenômeno transformará o oeste da Europa em zona glacial e o segundo fará o nível do mar subir até 3 metros em 100 anos, inundando várias ilhas e diversas zonas costeiras.

  




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