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Sob desconfiança, França estreia contra o Uruguai
Anderson Fattori
Com Agências
11/06/2010 | 07:00
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Quando a bola rolar para Uruguai e França, hoje, às 15h30 (horário de Brasília), no segundo jogo da Copa do Mundo, será concretizada uma injustiça histórica. Os franceses estão no mundial graças ao toque de mão de Henry para gol de Gallas que eliminou a Irlanda na repescagem das eliminatórias. Hoje, sete meses depois, os europeus entram em campo sob desconfiança dos torcedores e dispostos a mostrar ao mundo que merecem a vaga. O problema é que os sul-americanos também buscam afirmação e estão motivados por voltar à Copa depois de oito anos. O duelo válido pelo Grupo A será no belíssimo Estádio Greenpoint, na Cidade do Cabo.

Muito criticado, o técnico francês Raymond Domenech parece não ter controle sobre o time, pelo menos é isso que deixam transparecer os jogadores, que se dizem órfãos de um líder. Aposentado, Zinédine Zidane fará falta, assim como o experiente volante Vieira, que não foi convocado por opção técnica. A aposta é no talento indiscutível do atacante Franck Ribéry, que terá a companhia de Anelka e Govou no setor. O esquema 4-3-3 se sustenta na confiança do zagueiro Gallas, que terá Abidal ao seu lado.

O peso da camisa pode fazer a diferença a favor dos franceses, mas Domenech, cauteloso com possível derrota, prefere minimizar os efeitos da estreia. "Não podemos pensar que o primeiro jogo é decisivo, haverá mais duas partidas na sequência. Em 2006, por exemplo, empatamos os dois primeiros jogos e nos classificamos. Claro que queremos vencer, mas não há desespero. A primeira partida quebra a ansiedade, a segunda começa a ser decisiva e a terceira nem se fale", avaliou.

Pelo lado do Uruguai a desconfiança também existe, mas a cobrança é menor, afinal, a equipe sul-americana não incomoda em Copas desde 1970, quando terminou na quarta colocação. A vaga para o Mundial foi obtida na repescagem, após vitória sobre a Costa Rica e a equipe não chega com tantas ambições à África do Sul.

A grande estrela do time é o atacante Diego Fórlan que terá a companhia de Suárez no comando de ataque. O objetivo é aproveitar o momento ruim do rival e tentar iniciar o torneio com vitória.

Um dos mais empolgados é o meia Ignácio González, que ensinou o caminho para a vitória. "Acredito que se conseguirmos passar pela marcação do meio-de-campo e levar a bola até nosso ataque temos boas chances de vencer. Para isso temos de marcar forte, recuperar a bola e acionar os atacantes", comentou o jogador. "Respeitamos a França, mas esse é o nosso momento. Vamos entrar para vencer", completou.

A previsão é de duelo equilibrado, assim como é contada a história dos jogos envolvendo franceses e uruguaios. Até agora foram quatro encontros, com uma vitória para cada lado e dois empates. Em mundiais, o Uruguai leva vantagem com vitória por 2 a 1 em 1966 - também houve empate por 0 a 0 em 2002. A única vitória francesa foi por 2 a 0, em amistoso em 1985.

Crise francesa aumenta depois de vexames em amistosos

A desconfiança que ronda o ambiente francês foge da disputa por preferência de um ou outro jogador. É reflexo dos péssimos resultados obtidos nos últimos quatro amistosos disputados neste ano. A única vitória veio sobre a Costa Rica, por apertados 2 a 1. Fora isso, empate por 1 a 1 contra a Tunísia e derrotas por 2 a 0 para a Espanha e 1 a 0 para a China, na última apresentação antes da Copa.

Apesar da sequência ruim, o técnico Raymond Domenech mantém a confiança e diz que o que vale mesmo é a partir de agora. "Foi horrível perder esses jogos com a seleção francesa, mas depois conseguimos absorver o resultado e saber que eram apenas amistosos. Agora sim é pra valer", justificou o comandante.

Os resultados, de acordo com a imprensa francesa, motivaram os jogadores a pedir a escalação do experiente Thierry Henry, barrado nos últimos amistosos quando a preferência foi pelo trio Govou, Anelka e Franck Ribery. Com 32 anos, o atacante é o mais experiente do grupo - ao lado do zagueiro Gallas, que nasceu no mesmo dia do atacante - e único remanescente do grupo que foi campeão do mundo em 1998.




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