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Bela volta ao passado

'Príncipe da Pérsia', de Jordan Mechner, se inspira nas '1001 Noites'; longa estreia em 4 salas da região do Grande ABC

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03/06/2010 | 07:00
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Quando criou "Príncipe da Pérsia", em 1989, Jordan Mechner tomou o rumo oposto aos de outros designers que investiam nos games. A maioria viajava ao futuro, ele tomou o rumo do passado (e buscou inspiração na magia das "1001 Noites").

O produtor Jerry Bruckheimer, que agora transpõe o game para o cinema, também vai na contramão da indústria. O sucesso de "Avatar", de James Cameron, faz do 3D o formato dos blockbusters. O produtor de "Piratas do Caribe" filmou "Príncipe da Pérsia - Areias do Tempo" em 2D e garante que não tem planos de verter seu épico para o formato em três dimensões. O longa estreia hoje no País - quatro salas na região.

Bruckheimer explica que "Avatar" foi feito em estúdio e o diretor Mike Newell e ele queriam rodar o Príncipe em locações, no deserto. Isso faz toda a diferença e, ainda assim, é só parte do risco.

Na série "Piratas do Caribe", o desafio era quebrar a escrita de que filmes de piratas não atraíam mais o público. O do Príncipe é resgatar as velhas aventuras das 1001 Noites. Dastan não é o ladrão de Bagdá, Gemma Arterton não é Maria Montez, mas o velho clássico de Ludwig Berger, Michael Powell e Tim Whelan, de 1940, é certamente uma referência muito forte.

ROTEIRO - O projeto começou a nascer quando Mechner encontrou Bruckheimer numa feira de games. Partiu dele a iniciativa da proposta, mas se passaram anos até que desenvolvesse um roteiro considerado satisfatório para ambos. Dastan, garoto das ruas, é adotado pelo imperador da Pérsia, que o cria como filho.

Mais tarde, Dastan, acusado de matar o pai, será caçado pelos irmãos e pelo tio ambicioso, Nizam. O subtítulo fala das ‘areias do tempo'. Elas estão na adaga da qual Tamina é guardiã, para evitar o Armageddon. O filme é sobre a relatividade do tempo, como ele vai e volta, podendo, no limite, ser revertido.

Muito provavelmente, Príncipe da Pérsia será acusado de ser peça de contrapropaganda na atual relação litigiosa entre os governos de Washington e Teerã. É tão despropositado quanto sustentar - como faz o ator Ben Kingsley - que a origem do projeto é shakespeariana. Trata-se de uma grande, divertida aventura, com ecos de Indiana Jones.

Em termos de tecnologia, dá de dez em Fúria de Titãs, ainda em cartaz nos cinemas. Jake Gyllenhaal e Gemma Arterton formam um belo casal.

Jerry Bruckheimer disse que escolheu Newell porque ação, efeitos, qualquer um comanda em Hollywood. Para os atores, precisava de um diretor experiente. ‘Bye-bye', Brokeback Mountain. Um novo Jake derrapa nas curvas de Gemma. Não seja preconceituoso. Curta a aventura.




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