Tradicionalmente, a torcida do Palmeiras é rigorosa na cobrança aos jogadores. Não aceita resultados ruins e usa artifícios repudiáveis na hora de vaiar. Manifestações deste tipo praticamente mandaram embora o atacante Vágner Love, hoje no Flamengo, que chegou a ser agredido por torcedores. E está sendo decisiva na transferência de Diego Souza que não quer mais jogar na equipe.

Para evitar maiores proporções na força que a torcida exerce sobre o clube, os jogadores resolveram se manifestar. "Ninguém aqui tem receio. Todos que estão no Palmeiras são acostumados com isso. É preciso saber lidar com a pressão, ainda mais em time grande. Depois do episódio com o Vágner Love, em 2009, chegaram mais de dez reforços. A grandeza do clube faz os atletas optarem por atuar aqui", garantiu o volante Márcio Araújo.

O atacante Ewerthon concordou com as vais pelo futebol apresentado pelo time, mas não da forma como tem sido. "Da Alemanha acompanhei o futebol brasileiro no ano passado e no Palmeiras o estádio ficou lotado em todas as partidas. Não acho certo ficar xingando a todo instante um atleta que não jogue bem ou perca um gol, mas temos de entender que o clube é acostumado com grandes conquistas e a ansiedade para que isso volte a acontecer é grande."

Durante vitória por 1 a 0 diante do Vitória, sábado,Ewerthon pediu para os torcedores apoiarem o atacante Robert, vaiado após ter perdido um pênalti. "Ele não pode ser crucificado, pois teve personalidade para bater. É um profissional dedicado e a torcida precisa entender que em certos momentos, as coisas não acontecem. Fiz aquele pedido para a torcida pois sei o quanto é importante o incentivo num momento de dificuldade", explicou.

Enquanto tenta se acertar com a torcida, o Palmeiras cuida das contratações. O anúncio oficial do acerto com o lateral esquerdo Carlinhos, ex-Santo André, que seria concretizado ontem, foi adiado. Já a situação de Diego Souza segue indefinida e a Traffic, parceira do clube, espera propostas do exterior para negociar o meia.