Se o clima esperado para o jogo entre Palmeiras e Atlético-PR já não era dos melhores, ficou pior. O presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Virgílio Val, rejeitou ontem o pedido da procuradoria do órgão de suspender Danilo e Manoel, e os dois se enfrentarão novamente hoje, às 21h50, na Arena da Baixada, segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil.

Durante o primeiro confronto, no Palestra Itália, o zagueiro do Furacão deu uma cabeçada em Danilo, que revidou com uma cusparada e ainda chamou o adversário de "macaco". Para completar, Manoel pisou no zagueiro do alviverde. O resultado foi uma polêmica interminável e o boletim de ocorrência que o jogador do Atlético registrou, queixando-se de injúria racial.

No entanto, o advogado do Palmeiras, André Sica, conseguiu convencer Virgílio Val a negar o pedido de suspensão da dupla para o jogo de hoje. O argumento exposto pela defesa foi o fato de o árbitro Marcelo de Lima Henrique não ter relatado o incidente na súmula do jogo. "O juiz não viu o que aconteceu entre os jogadores e por isso não registrou nada na súmula. Sendo assim, não há fundamento legal para suspender nenhum dos dois", declarou.

Para completar, Sica ressaltou que os jogadores participaram dos treinos no começo da semana e que "tirá-los de cena" um dia antes do jogo atrapalharia tanto o Palmeiras, quanto o Atlético-PR.

Apesar de terem sido liberados para jogar hoje, os zagueiros ainda não estão livres de punição, que deve ser definida em julgamento, na próxima semana. A pena mínima são seis jogos de gancho e a máxima 22 partidas, que podem ser cumpridas na Copa do Brasil ou no Campeonato Brasileiro.

O advogado do Verdão deixou claro que tem consciência de que Danilo deve ser suspenso. "A cusparada é irrevogável, não tem volta. Estamos cientes disso", concluiu Sica.

Os torcedores do Atlético prometem ir para o estádio com os rostos pintados de preto em protesto pela atitude de Danilo.