Economia Titulo Facilidade
Sistema DDA supera expectativas
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
21/12/2009 | 07:03
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O DDA (Débito Direto Autorizado) completou ontem dois meses de implantação superando expectativas. No período de 60 dias, o sistema de liquidação de boletos por meio eletrônico alcançou metas traçadas para atingir só em sete meses. Nesse período foram incorporados 20,6 milhões de boletos.

Criado por iniciativa da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos) e desenvolvido pela Tivit, o sistema entrou em vigor no dia 19 de outubro. Os clientes bancários, tanto empresas quanto consumidores, que aderiram ao sistema têm poder de liquidar seus títulos registrados de débito por meios eletrônicos, como telefones celulares, internet e em terminais eletrônicos. Dessa maneira, o volume de papéis para cobranças diminui e os usuários têm controle total de suas dívidas, sem o perigo de extravio.

O profissional liberal Fábio Pereira Carvalho, que mora na Praia Grande e trabalha em São Bernardo, foi um dos que aderiram ao DDA. "O sistema facilitou demais. É um modo muito rápido para administrar as minhas contas", diz.

Segundo um dos assessores técnicos da Febraban, Walter Tadeu, cerca de 2,2 milhões de clientes bancários aderiram ao DDA como sacados (ou seja, os que pagam boletos eletrônicos). "O sistema ainda é novo, mas tem tudo para crescer. Ainda estamos em fase de maturação do mercado", comenta o técnico, sem arriscar uma previsão de crescimento ao número de usuários. Cerca de 70 bancos, associados à Febraban, oferecem a tecnologia.

O BB (Banco do Brasil) é responsável por, aproximadamente, metade dos clientes sacados que aderiram ao sistema, com 1,12 milhão de cadastros. Também por ele passaram 24,2% do total de boletos eletrônicos, nos dois meses de vida do DDA. Somando os valores cobrados, o Banco do Brasil cobrou R$ 16 bilhões em títulos com a nova tecnologia.

Segundo o gerente executivo de produtos e serviços do BB, Sidney Passeri, boa parte dos sacados são pessoas físicas. "Mas elas continuam recebendo cobranças não registradas, como contas de água, luz e telefone. Portanto, estamos trabalhando para que as empresas entrem no DDA", diz. A segunda fase do DDA, ainda sem data para implantação, terá as cobranças de órgãos públicos.

O gerente de Cash Management do Bradesco, Rizaelcio Machado de Oliveira, destaca a qualidade dos usuários do DDA clientes da instituição financeira. "São 540 mil cadastros. Estamos com média de 10 mil adesões ao dia. E a maioria deles utiliza o sistema efetivamente."

No Itaú Unibanco, a carteira do sistema vem aumentando, diariamente, em 3.000 usuários. Já são mais de 450 mil cadastrados. "E o número de descadastrados nos dois meses é irrelevante. Foram, aproximadamente, mil clientes", afirma o gerente de produtos Ângelo Fernandes.

MELHORIAS - Fernandes explica que o DDA deu margem ao banco para oferecer o sistema a la carte, porém, ao contrário do que acontece nos restaurantes, a custo zero ao clientes. O Itaú Unibanco, após reuniões com usuários, criou serviços como o bloqueador de cobranças. Nele, o cliente bloqueia os boletos registrados de determinados CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídicas). "É como no email, todas aquelas cobranças indesejadas, que você não é obrigado a pagar mas chegam na sua casa, são enviadas para a lixeira", explica Fernandes.

Tecnologia brasileira atrai interesse no Exterior

Após a apresentação do DDA (Débito Direto Autorizado) no Assembléia Anual Felaban (Federación Latinoamericana de Bancos), realizada em Miami, nos Estados Unidos, em novembro, representantes dos bancos de seis países demonstraram interesse em implantar o sistema.

De acordo um dos assessores técnicos da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Walter Tadeu, as associações de bancos do Uruguai, Venezuela, Paraguai, Costa Rica, Panamá e República Dominicana pretendem aderir à tecnologia de liquidação de boletos registrados. "Nós vamos sentar no início do próximo ano para acertar como será uma possível implantação nesses países", afirma Tadeu.

Existem duas maneiras viáveis, segundo ele, para a Febraban auxiliar a implantação. A primeira seria pela livre transferência de tecnologia. E a segunda por meio de consultoria, para que as entidades representantes dos bancos desenvolvam seus próprios sistemas.

"Por meio de consultoria seria a melhor forma", pontuou Tadeu, destacando que ainda não houve consenso se o repasse de tecnologia, ou conhecimento, será cobrado. Ele acrescenta que é a primeira vez que há interesse de outros países por tecnologias interbancárias brasileiras.




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