Com espaço totalmente reformulado, a associação cultural Cidadão do Mundo, com sede em São Caetano, acaba de ganhar estúdio de gravação.

O local antes improvisado deu lugar aos novos painéis de madeira branca e ressonadores acústicos. Ganhou também isoladores sonoros, forros difusores para frequências médias e novo palco, além também de poder transmitir em tempo real pela webradio, os shows que acontecem na casa.

Um dos responsáveis pelas mudanças no centro cultural foi o arquiteto e especialista em acústica Paulo Celso Marcondes de Salles, "Trabalhamos aqui com espírito de cooperação, optamos por materiais alternativos, pois os de estúdio são muito mais caros, e dentro do nosso orçamento, fizemos milagre", explica.

Até sobras de carpetes foram aproveitadas na sala de gravação. Foi criada também uma sala só para as gravações de voz. "O forro era baixo, fizemos um novo, isola bem o som, e as paredes também ganharam tijolos para ajudar na acústica, essa reforma levou quatro meses", conta o arquiteto.

A ONG agora possui para as gravações nova mesa de som e computadores que utilizam softwares livres. "É tudo gratuito, é uma cooperação mundial com softwares livres da plataforma Linux, não há pirataria", explica o técnico de som Renato Cortez.

Para estrear o novo estúdio, já se iniciaram as gravações da primeira de três coletâneas integrantes do projeto ABC do Som, que tem patrocínio da Petrobras.

A primeira delas leva 15 bandas de rock que passaram pelo festival Grito Rock. No cast do CD constam nomes como Nitrominds, Kães Vadius e Ação Direta, entre outras.

As outras duas coletâneas serão de música instrumental e MPB. A equipe já trabalha sem folga, gravando durante a noite, e mixando a gravação no dia seguinte. "Temos de deixar tudo isso pronto até outubro", explica Cláudio Luis Pajé, voluntário e organizador do Cidadão do Mundo.

A coletânea divulgará nomes da região por todo o País. A distribuição acontecerá em 37 cidades do Brasil, incluindo todos os festivais de música que integram a Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes). "Tudo isso serve para fortalecer a cena musical local e criar um intercâmbio", conta Renato.