A recuperação de parte da demanda e normalização do acesso ao crédito, embora incipientes, já foram suficientes para reduzir o pessimismo de empresários dos setores da indústria, comércio e serviços, agropecuário e trabalhadores.

Segundo dados da pesquisa Sensor Econômico, realizada uma vez por mês pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os mesmos empresários do setor industrial que acreditavam que a situação financeira em janeiro iria piorar. Já em abril, o cenário dessa perspectiva é que não mais correrá o risco de ter recessão. Mas também não acham que a economia vá crescer.

Em relação ao PIB, no início do ano eles imaginavam que haveria crescimento de acima de 1,5%. Hoje, apontam expectativa entre zero e 1%.

Na avaliação de Ricardo Amorim, assessor técnico da presidência do IPEA, os empresários perderam o medo em relação aos efeitos da crise financeira internacional. "Eles vinham embalados em 2008 e não imaginavam que a economia fosse desacelerar tão rápido. Hoje, porém, eles vêem que sua empresa não vai sofrer tanto, já que a crise não é tão feia como se imaginava", justificou, baseado nas respostas dos questionários enviados às entidades representativas.

O setor de comércio e serviços, ao contrário da indústria, apontou melhor perspectiva quanto às contas nacionais. "Eles acreditam que o PIB comércio e serviços crescerá neste ano acima de 1,5% e acham que as exportações vão parar de sofrer tanto", pontuou Amorim.

Para maio, o assessor acredita que os entrevistados acenarão para a crença de uma "lenta expectativa de melhora, passado o medo do baixo crescimento".