Durante o primeiro mês em que tanto a lista de materiais de construção como a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) se tornaram maiores, as vendas do setor cresceram. Em abril, o comércio registrou aumento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que os 30 produtos que passaram a ser isentos da alíquota elevaram suas vendas em 25%.

Na avaliação de Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), o resultado da medida já é positivo, "O cimento, um dos itens de maior saída na construção civil, que não fazia parte da lista dos itens beneficiados - há dois anos o governo federal reduziu de 10% para 5% o IPI de diversos produtos, como chuveiro, tintas e cerâmica que, nessa nova medida tornaram-se isentos do tributo - puxou boa parte das vendas", afirmou.

De acordo com Conz, os produtos beneficiados apresentaram uma redução média de 8% em seus preços. O saco de cimento, por exemplo, passou de R$ 18 para R$ 17. A cerâmica, de R$ 12 para R$ 11. A redução mais substancial pôde ser vista no galão de 18 litros de tinta, por conta de seu custo mais elevado: de R$ 140 para R$ 120.

Entretanto, o presidente da Anamaco pondera que o comércio só não foi melhor em abril porque muitas construtoras tinham estoques de produtos, e começaram a repô-los apenas na metade do mês. Outro fator foi que se o estabelecimento fez o pedido no final de março, os preços ainda não tinham a redução do IPI.

"O mês de maio tem mais dias úteis, em abril houve muitos feriados. As medidas do governo demoram uns 30 a 40 dias para surtirem mais efeito. Não são tão imediatas. E com o anúncio da Caixa Econômica Federal sobre a ampliação do financiamento para a compra de materiais de construção esperamos um crescimento maior nas vendas para 8% neste mês", defendeu.

CRÉDITO - Conz refere-se à ação da instituição bancária em relação a elevar o limite de renda familiar de R$ 1.900 para R$ 4.900 nas regiões metropolitanas para tomar empréstimos com juros entre 5% e 8,16% ao ano com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Em cidade com menos de 500 mil habitantes o teto alcançou R$ 3.900.

No Grande ABC, segundo Maria Cristina Farah, gerente regional de pessoa física em exercício. a expectativa é de liberar R$ 50 milhões para essa modalidade. No ano passado, a linha praticamente não foi operada. "Curiosamente o financiamento mais procurado em 2008 foi o que utiliza recursos da poupança (taxa de 1,59% ao mês mais TR), com R$ 10 milhões emprestados. Para este ano prevemos liberar R$ 100 milhões", revelou.

Maria Cristina indica que é possível, por meio do site da Caixa, verificar quais são as lojas credenciadas para a compra dos itens.