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Empresas cogitam
melhorar integração

Sistema que prevê baldeação gratuita tem pouca adesão no
Grande ABC; linhas de ônibus precisam ser reformuladas

Cadu Proieti
do Diário do Grande ABC
12/03/2013 | 07:00
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Empresas que operam o transporte público no Grande ABC estão dispostas a discutir com as prefeituras melhorias no sistema de integração tarifária temporal. Ontem, o Diário noticiou que o modelo é pouco utilizado pelos munícipes na região. Em Diadema, por exemplo, dos cerca de 2,1 milhões de passageiros transportados por mês, apenas 0,17% pega mais de uma condução pagando só uma passagem.

A MobiBrasil, que gere 60% das linhas municipais de Diadema, informou que considera importante a discussão sobre o sistema. Para a empresa, trata-se de boa oportunidade para pensar em racionalizar e otimizar o serviço. A concessionária informou também que tem o objetivo de divulgar melhor o benefício e ver quais os pontos que estão com linhas em duplicidade e necessitam de integração.

Para a empresa, a cidade registra baixo número de usuários que utilizam a integração porque grande parte do território municipal é atendida pelo transporte público, e isso faz com que as pessoas peguem apenas um ônibus para chegar a seu destino, geralmente o Centro.

Já a Benfica, que também opera o transporte público em Diadema, informou que a empresa possui visão parcial, porque opera somente um lote das linhas. Por conta disso, a concessionária declarou que a Prefeitura deve responder por mudanças e melhorias no modelo de integração.

Em Mauá, onde média de 0,6% dos cerca de 3 milhões de passageiros mensais faz integração, a Leblon, que opera as 18 linhas municipais, informou que está disposta a trabalhar com o poder público para ampliar os benefícios e garantir comodidade à população com melhorias na integração tarifária temporal.

Para a Leblon, o município possui número reduzido de adeptos ao modelo porque maior parte do perfil dos deslocamentos em Mauá se dá no sentido bairro/Centro, no período da manhã, onde o passageiro fica quase todo o dia trabalhando ou estudando e, em alguns casos, parte pela linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) rumo a outras cidades. No fim da tarde, o sentido do fluxo se inverte, segundo a concessionária.

A viação Cidade de Mauá, outra operadora no município, não se pronunciou sobre o assunto. Assim como SBCTrans, concessionária responsável pela operação do transporte coletivo de Sao Bernardo - onde a média de usuários que fazem a integração tarifária é de 8,1%.

Procurada, a empresa Vipe (Viação Padre Eustáquio), que opera o transporte em São Caetano, declarou que informações sobre o sistema de integração são divulgadas pela Prefeitura. No entanto, a administração municipal não informou o número de usuários que fazem integração na cidade.

USUÁRIOS

A equipe do Diário entrevistou diversos passageiros que utilizam diariamente o transporte municipal na região. Em Mauá, a maioria dos usuários desconhece a existência da integração tarifária temporal. "Pelo que sei, tem de pagar duas vezes a passagem", disse o técnico em informática Alan dos Santos Mariano, 27 anos.

Em Diadema, os passageiros alegam que não fazem baldeação gratuita porque o trajeto mais usual (bairro/Centro) é feito por apenas uma linha. "Não há necessidade de pegar dois ônibus. Por isso, não utilizo", comentou a auxiliar administrativa Luciana Silva, 31.

Já a operadora de telemarketing Edna Costa, 30, que mora no Jardim Laura, em São Bernardo, é uma das poucas exceções. Ela  utiliza o benefício por conta dos estudos. "Tenho de pegar duas conduções porque trabalho longe de onde faço curso."




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