Apesar de janeiro tradicionalmente apresentar aumento do desemprego no País, o Grande ABC registrou o movimento inverso no início deste ano. A região teve queda no índice, atingindo a taxa de 12,2% no mês.

Esse é o menor nível de desemprego desde 1998, quando o Seade/Dieese (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados em conjunto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) iniciaram a captação de dados específicos para a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) nas sete cidades.

Segundo o coordenador da equipe de análise do Seade. Alexandre Loloian, o número de desempregados na região baixou de 162 mil em dezembro – quando o índice era de 12,7% – para 158 mil no último mês.

“Há duas hipóteses para essa redução. A primeira é o nível de emprego alto na região e a segunda é que janeiro é um mês de pouca contratação, por isso muita gente deixa de procurar emprego no período, não pressionando o mercado de trabalho”, explica o Loloian.

A taxa de desemprego aberto – aquele que considera pessoas que procuraram efetivamente um emprego nos últimos 30 dias – ficou em 8,7% no último mês.

Já o desemprego oculto – que fazem trabalho esporádico como forma de renda e estão em busca de trabalho fixo ou que não procuraram nos últimos 12 meses – registrou índice de 3,5%.

Na comparação com janeiro de 2007, o nível de desemprego é ainda menor. O primeiro mês daquele ano apresentou um taxa de 14% de desemprego, o que representava 181 mil pessoas desocupadas no Grande ABC.

Para o coordenador, a geração de emprego no setor industrial também tem beneficiado os baixos índices de desemprego na região, mesmo janeiro sendo um mês de dispensas. “A indústria cresceu muito no terceiro trimestre do ano passado e continua em nível muito alto. Principalmente no segmento automotivo, de máquinas e equipamentos, que está instalado na região”, comenta.

No entanto, a taxa de participação no mercado de pessoas com idade para trabalhar tem decaído nas sete cidades. Em janeiro de 2007 o índice era de 60,3%. No mês passado, caiu para 59,5%.