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Sexo com Amor? é comédia de cinema com jeito de TV
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
01/02/2008 | 07:00
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A comédia Sexo com Amor?, que chega hoje aos cinemas, vem sendo ‘vendida’ como o primeiro trabalho no cinema do diretor global Wolf Maya.

Mas, com apenas cinco minutos de filme, é preciso esforço para acreditar que não se trata de uma versão em película de Duas Caras, seu trabalho atual na TV. Espalhados no set estão Zé da Feira (Eri Johnson), Macieira (José Wilker) e dona Guigui (Marília Gabriela), além do próprio Geraldo Peixeiro (Maya), fazendo uma pontinha. Quase uma Portelinha.

A impressão é de que o longa-metragem foi um piloto de orçamento mais polpudo para uma série. De televisão. Mas não é o caso, garante Wolf. “Não tivemos essa preocupação quando começamos a filmar, mas essa possibilidade não é descartada”, afirma.

Apesar do elenco que parece ter sido arrancado da novela das nove (completam o time de protagonistas Reynaldo Gianecchini, Carolina Dieckmann, Malu Mader e Maria Clara Gueiros), o longa não teve produção da Globo Filmes. Foi cometido pela Total Entertainment (habitual parceira de Daniel Filho) e pela Fox Film do Brasil. Gianecchini é um dos produtores associados (a saber: ele não contracena com a ex Marília Gabriela).

Som, trilha sonora, direção de arte, fotografia e figurinos também saíram perdendo, já que parecem ter sido preparados para a TV.

COR LOCAL

O roteiro foi adaptado por Renê Belmonte a partir do filme chileno Sexo con Amor (2003) de Boris Quercia Martinic. A história que tem até um certo charme quando falada em espanhol, se perde no exagero de “cor local” que a produção brasileira quis adicionar e na canastrice do elenco.

Nem Wilker se salva. Parece tão autêntico quanto seus cabelos pintados de acaju. Dá saudades do Vadinho de Dona Flor e seus Dois Maridos (1976) e do Lorde Cigano de Bye, Bye Brasil (1979).

O fio do roteiro são três triângulos (ou quadrados, ou pentágonos) amorosos. Jorge (Wilker) é um especialista em relacionamentos que trai a mulher (Marília Gabriela) com Luísa (Carolina), professora do filho, que por sua vez namora o pintor Fernando (Erom Cordeiro). O taxista suburbano Pedro (Johnson) não resiste à sobrinha ninfeta (Natasha Haydt) da mulher retraída (Maria Clara, com trejeitos insuportáveis). Por fim, o galinha Rafael (Gianecchini, todo de figurino Emporio Armani, mas de penteado mullet) trai o quanto pode a mulher grávida (Malu), até que passa a ter ciúmes do amigo gay dela (Alexandre Piccini).

Bobagem pura. Mas deve render boa bilheteria, dado o apelo popular. Só o telespectador esperto vai preferir ficar, de graça, com a história de amor inusitada de Bernardinho (Thiago Mendonça) e Dália (Leona Cavalli) na trama de Aguinaldo Silva.



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