Economia Titulo Inflação
Valor do aluguel inicial aumentou até 20% no primeiro semestre

O aumento no preço do aluguel chegou até a faixa dos 20%, acima do índice da Capital paulista, de 4,8%

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
30/07/2008 | 07:08
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Os preços dos imóveis para locação estão subindo acima dos níveis de inflação, no Grande ABC. Segundo imobiliárias ouvidas pelo Diário, no primeiro semestre deste ano, o aumento no preço inicial do aluguel chegou até a faixa dos 20% - acima da alta na Capital paulista, de 4,8%, conforme dados do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) -, principalmente para imóveis destinados à classe média,
Natália Lacerda, corretora da Imobiliária Campestre, em Santo André, diz que imóveis simples, com dois dormitórios e duas vagas na garagem. que no início do ano tinha aluguel inicial de R$ 650 por mês, passou a custar R$ 800 - o que corresponde a uma alta de 23%.

O mesmo aumento foi observado pela BBC Imóveis, de São Caetano. O gerente de locação Adauto Branco Soares explica que esses reajustes são aplicados a contratos novos. "Inquilinos que já têm um contrato em andamento tiveram correções médias de 7% no ano, em muito casos, fruto de acordos e negociações com o proprietário.

A gerente de locação Amélia Barrinuevo, da Guairá Imóveis (com matriz em São Bernardo e filial em Santo André), acredita que a alta nos preços tem ligação direta, em especial, com o crescimento das vendas de imóveis. Ela afirma que faltam residências para locação e que recebe uma média de 45 ligações por dia de pessoas interessadas em alugar um imóvel.

"A questão é que, ao invés de alugar, vem crescendo o número de proprietários que optam por vender a residência e usar os recursos para dar entrada em um outro imóvel de maior valor, aproveitando as facilidades de financiamento."

Patrícia de Oliveira Silva Franzelian, corretora da Aparecido Viana, de São Caetano, acredita que a alta nos aluguéis iniciais está relacionada à grande demanda. "Há muitas facilitadades para financiar um imóvel, mas não são todos que têm condições de realizar o sonho da casa própria. Para essa parcela da população, a saída é depender do aluguel. Por isso, faltam imóveis e sobem os preços."

Para o gerente do departamento de economia e estatística de Secovi-SP, Roberto Akazawa, os aluguéis devem se manter alta. "O valor deve continuar a subir em todo o Estado. A escassez de oferta não é solucionada imediatamente. É preciso crescer a venda de imóveis para investidores que tenham interesse em alugar e ter uma rentabilidade. Porém, isso deve acontecer a longo prazo."

Volume de imóveis alugados está em queda

O número de imóveis alugados no Estado de São Paulo em maio foi 4,49% inferior ao de abril, segundo a pesquisa feita pelo Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo). No mês, foram alugadas 3.123 casas e apartamentos.Essa queda na quantidade de contratos é reflexo da falta de imóveis no mercado e da elevação no preço inicial dos aluguéis.

A redução do número de contratos novos de locação assinados em maio na Capital foi mais expressiva no período analisado em relação ao mês anterior. Essa é uma das quatro regiões em que se divide a pesquisa CRECI-SP. Nas outras três, o desempenho do mercado foi estável no Interior (- 0,01%) e nas cidades do Grande ABC, Guarulhos e Osasco (+ 0,01%). O índice foi positivo apenas no Litoral, com 7,87%.

A preferência dos novos inquilinos recaiu sobre as casas e apartamentos com aluguel de até R$600. Dos novos contratos assinados nas imobiliárias pesquisadas na Capital, 54,55% estavam nessa faixa de valor; o índice subiu para 62,58% no Litoral; 80,54% no Interior e 82,14% no Grande ABC, Guarulhos e Osasco.




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