O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje, em Curitiba (PR), a liberação de R$ 65 bilhões em recursos à agricultura empresarial, montante que supera em R$ 7 bilhões a oferta de crédito para o segmento na safra passada (2007/08).

Com as medidas do Plano Agrícola e Pecuário 2008/09, o governo pretende incrementar em pelo menos 5% a produção agrícola no próximo ano na comparação com a colheita de 143,3 milhões de toneladas na última safra. O plano é uma das apostas do governo para conter a inflação.

Os produtores comemoraram o aumento do volume para a safra, mas aguardam com ansiedade para saber o total de recursos que serão destinados à agricultura empresarial com taxa de juro controlada do crédito rural, que é de 6,75% ao ano.

O tema foi um dos últimos acertos feitos pelo governo no plano de safra, decisão que foi anunciada ontem pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Não haverá redução dos encargos financeiros, adiantou o secretário de Política Agrícola, Edilson Guimarães.

"Não haverá redução da taxa do ponto de vista real, mas como o aumento da inflação, na prática, as taxas serão menores", disse. Os produtores defendiam a redução dos juros agrícolas para 4% ao ano.

Para conhecer os detalhes do Plano Agrícola e Pecuário 2008/09, um grupo de 800 agricultores do interior do Paraná participa hoje da cerimônia de lançamento.

"O governo tem dito que a agricultura é prioridade, mas precisamos saber se as medidas que serão anunciadas permitirão o aumento da produção de grãos", disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná, Ágide Meneguette. Para o secretário Edilson Guimarães, se o Brasil quer se tornar ‘celeiro do mundo' é preciso solucionar problemas que impedem o desenvolvimento da agricultura. "Parte dos problemas da agricultura está fora da agricultura."