Os acordos de PLR (Participação dos Lucros e Resultados) fechados até o dia 20 deste mês entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e as empresas das cidades de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra garantem R$ 140 milhões para os trabalhadores da região, que deverão injetados na economia do Grande ABC ainda neste semestre.

Desse total, a maior parte vem das montadoras - cerca de R$ 100 milhões - por concentrar cerca de 31 mil trabalhadores e pagar os valores mais altos, segundo o presidente eleito do sindicato, Sérgio Nobre. "É um valor bastante significativo, pois esse volume deve ser gasto no comércio e em serviços no Grande ABC."

Se o valor total fosse distribuído igualmente para cada trabalhar, os 97,6 mil metalúrgicos da base do sindicato receberiam R$ 1.434,43.

Até o fechamento do balanço, cerca de 80 empresas já tinha feito acordo sobre o abono. No caso das montadoras e de grandes empresas de maior porte, nesse semestre será pago apenas a primeira parcela, pois a segunda fica condicionada as metas de produção contabilizadas no final do ano.

"Teremos um valor alto do abono injetado na economia da região até o final do ano, acima dos outros anos. Com a economia em crescimento, as metas devem ser alcançadas", explica o sindicalista.

Em 2006, os acordos de PLR renderam a economia do Grande ABC R$ 265 milhões. Em 2007, o balanço não foi divulgado pelo sindicato. "Há casos que a PLR rende cerca de três salários para o trabalhador. O metalúrgico conta com esse abono, assim como o comércio da região", diz Nobre.

Segurança - Por medidas de segurança ao trabalhador, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não divulga o valor do abono por empresa. No entanto, a partir dos dados divulgados, se cogita que cada trabalhador das montadoras de São Bernardo - Scania, Mercedes-Benz, Volkswagen, Ford e Toyota - receba por volta de R$ 3.200 na primeira parcela.

A única montadora de São Bernardo que confirmou o valor é a Ford, que pagou a primeira parcela de R$ 3.520 no dia 21 deste mês. Já as demais informaram que não comentam os valores do abono.

Na GM, valor do abono será de R$ 8.050

Em São Caetano, a General Motors já fechou acordo há duas semanas e os trabalhadores já receberam a primeira parcela. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, Francisco Nunes Rodrigues, o valor fechado para o ano é de R$ 8.050 por trabalhador, 31,95% a mais do que no ano anterior. "A primeira parcela foi paga neste mês, de R$ 3.500, e o restante sai em 15 de janeiro, após o fechamento das metas", conta o dirigente.

Em 2007, o valor do abono recebido foi de R$ 6.101, sendo a última parcela paga no início deste ano, com uma injeção de R$ 30 milhões na economia da região.

Para chegar nesse valor, os dirigentes de São Caetano e do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos - onde os trabalhadores devem receber o mesmo valor - tiveram que negociar as metas de produção da GM. De acordo com os sindicalistas, o primeiro planejamento pedia produção de 481 mil carros, somando as duas plantas. Depois, foi reduzido para 445 mil e, por fim, fechado em 405 mil unidades.

A GM confirma o valor do abono, mas afirma que ele está condicionado às metas de produção, qualidade e absenteísmo e que essas não são comentadas pela empresa por questões de estratégia. A montadora ainda informa que espera crescer 20% em vendas internas neste ano.