Setecidades Titulo Sustentabilidade
Apenas três municípios da região têm Censo Verde

No Dia da Árvore, alerta é para importância de preservar e ampliar meio ambiente urbano

Fernando Pereira
Especial para o Diário
21/09/2014 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Apenas três municípios da região, Santo André, São Bernardo e São Caetano, possuem o chamado Censo Verde, ou seja, o número de árvores existentes nas áreas urbanas. Hoje, quando se comemora o Dia da Árvore, o descaso das demais administrações com a cobertura vegetal evidencia a necessidade de conscientizar que o meio ambiente não deve ser preservado apenas nas florestas, mas também nas grandes cidades.

O Departamento de Parques e Áreas Verdes de Santo André afirmou que há hoje na cidade 62 mil árvores. Neste ano, 18.319 foram podadas, 298 removidas, 3.527 vistoriadas e 134 estavam doentes e receberam tratamento. No ano anterior, foram 28.204 podadas, 670 removidas, 5.659 vistoriadas e 460 árvores tratadas.

De forma a aprimorar o Censo Verde, está prevista assinatura de convênio com a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP (Universidade de São Paulo) para o diagnóstico das árvores em vias públicas da área urbana. O objetivo do projeto, ainda sem data para sair do papel, é identificar os possíveis riscos de queda, levando em consideração o grande número de atendimentos ocorridos em épocas de chuva, a fim de tomar decisões que evitem acidentes.

O diagnóstico trará quais e quantas são as espécies arbóreas predominantes em cada bairro da cidade. Para o Departamento de Gestão Ambiental do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), tal inventário será instrumento útil na avaliação técnica de implantação de novos empreendimentos. Com isso, será possível determinar compensações que possam manter o equilíbrio ecológico e a homogeneidade da cobertura vegetal.

Em São Bernardo, a Prefeitura informou que há atualmente 130 mil árvores. O município é o único que sabe dizer quantas estão doentes: em torno de 10% do total. Parte delas, inclusive, já passou do tempo de vida útil e será substituída gradativamente.

Em São Caetano, são 25 mil árvores plantadas nas calçadas e praças do município e em torno de 6.000 nos parques municipais, totalizando 31 mil exemplares. A cidade, porém, extinguiu a Secretaria de Meio Ambiente, que se tornou diretoria subornidada à Secretaria de Serviços Urbanos.

O município, inclusive, registrou no ano passado episódio de descaso com a vegetação ao suprimir 19 árvores para alargar trecho da Rua João Pessoa, no bairro Santa Paula, a fim de tentar solucionar o recorrente problema do tráfego carregado causado pela entrada e saída de caminhões do portão oito da GM (General Motors). No fim das contas, a obra não foi feita e as árvores não foram replantadas.

Mauá informou que não elaborou Censo Verde mas, em contrapartida, a Secretaria do Meio Ambiente realiza trabalho de plantio e replantio no município, que já conta com 723 mudas de árvores nativas (algumas frutíferas), apenas espécies da Mata Atlântica.

Entre amanhã e o dia 26, será realizada ação de plantio de árvores em áreas livres. A meta é plantar cerca de 150 espécies nativas com altura aproximada de 2,5 metros.

Segundo o professor de Engenharia Ambiental da Fundação Santo André, Murilo Andrade Valle, a elaboração do Censo Verde é importante para saber como está a saúde das árvores. “É necessário ficar atento porque nem todas são indicadas para o ambiente urbano mas, quando foram plantadas, não havia esse tipo de preocupação”, diz o especialista.

Para Valle, as pessoas não conseguem compreender a importância das árvores urbanas para o meio ambiente. “O poder público deve pensar em compensação ambiental, no plantio e replantio de espécies em todas as áreas da região, principalmente nas avenidas Goiás, em São Caetano, e Pereira Barreto, em Santo André.”

Empresa de São Bernardo incentiva plantio

O pomar da empresa Toledo do Brasil, no bairro Alves Dias, em São Bernardo, começou a nascer há oito anos, incentivado pelo presidente Paulo Haegler. Hoje, possui pés de pêra, carambola, limão e laranja graças à iniciativa dos funcionários em trazer as mudas.

“A experiência começou com o jornal institucional To Lendo, que anunciou a ideia de plantar as mudas no jardim. Os funcionários aderiram e o pomar nasceu”, lembra Haegler. Um dos que ajudaram foi o analista de software José Maurício, 33 anos. Ele plantou um pé de grevilha doado por um amigo que possui fazenda em Minas Gerais.

 

Haegler explica que o objetivo é manter ambiente tranquilo e que possa ser desfrutado pelos funcionários.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;