Interditado desde o desabamento da laje do 14º andar, há um ano, o Edifício Senador, no Centro de São Bernardo, foi liberado para obras. Laudo elaborado pela empresa Falcão Bauer, contratada pelo condomínio em outubro, atesta que é possível reformar o imóvel. A afirmação é do síndico, Lauro Salera.

O prédio, construído na década de 1970, tinha 74 salas comercias, a maioria ocupadas por médicos, advogados e outros profissionais liberais. Segundo peritos da Falcão Bauer - que também prestaram serviço à Prefeitura - e do Instituto de Criminalística, a laje ruiu devido à infiltrações e ao sobrepeso causado pelas intervenções que tentaram corrigir o problema. Além disso, as vigas utilizadas na construção do edifício eram de espessura inadequada.

No desabamento, todas as salas de final 4 foram ao chão. Antes do estudo da Falcão Bauer, os proprietários não sabiam se a estrutura do imóvel havia sido comprometida e não descartavam a demolição do prédio.

De acordo com Salera, apesar de o laudo técnica apontar a possibilidade da reforma, ainda não se sabe se as obras serão viáveis do ponto de vista financeiro. "Estamos elaborando o projeto para depois pedirmos o orçamento", ponderou o síndico.

O conteúdo completo do laudo elaborado pela Falcão Bauer será apresentado aos condôminos em reunião marcada para os próximos dias.

MORTES

A queda da laje ocorreu em 6 de fevereiro e provocou a morte da enfermeira Patrícia Farias de Lima, 26 anos, e da menina Júlia Moraes, 3. Ambas estavam em um consultório médico no sexto andar do prédio no momento do acidente. Outras seis pessoas ficaram feridas.

Inquérito aberto pela polícia civil de São Bernardo para apurar as causas do acidente não apontou culpados. Isso porque os laudos técnicos atestaram que o condomínio tomou as medidas cabíveis para sanar as infiltrações no último andar.