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Corte de hora extra afeta transporte de cadeirantes
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
07/12/2012 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Pelo menos dez pacientes cadeirantes da Casa da Esperança, instituição que atende crianças e adultos portadores de deficiências, tiveram de esperar até cinco horas ontem à tarde para retornar para casa após festa de confraternização de fim de ano da entidade, que aconteceu no Clube Atlético Aramaçan.

Tudo porque, segundo familiares, os motoristas das vans da Prefeitura, que regularmente fazem transporte até residências e hospitais, deixaram de receber horas extras. A Prefeitura informou que não havia veículos disponíveis para o serviço, mas não comentou a denúncia sobre o corte no pagamento dos servidores.

Mafalda Ferreira, 70 anos, é mãe de uma paciente de 39 que tem paralisia infantil e depende de cilindros de oxigênio para respirar. Elas foram as únicas que chegaram ao local da reunião com o transporte da Prefeitura. Segundo as mães, na hora de ir embora, às 15h30, o motorista se recusou a levar os demais passageiros. Revoltada, Mafalda dispensou o serviço e se juntou aos demais. "Me recusaria a ir embora e deixá-los aqui. São os pacientes que pagam o preço. Os únicos que deveriam ser poupados dessa situação." O expediente dos motoristas é das 7h às 17h. A Prefeitura alegou que apenas essa paciente solicitou o transporte.

Segundo relatos, o problema tem ocorrido semanalmente desde o mês passado. Parentes informaram que os filhos perderam consultas no Hospital das Clínicas e na AACD (Associação de Apoio à Criança Deficiente), na Capital, porque os motoristas não puderam sair de casa antes do horário em dias de rodízio de veículos. "E na AACD, se nos ausentarmos a duas consultas, perdemos a vaga", disse outra mãe.

Sem conseguir respaldo da Prefeitura, pacientes aguardaram até as 20h para retornar para casa. Dois amigos voluntários fizeram o transporte em revezamento até os bairros Clube de Campo, Represa, Parque Miami e outros.




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