Mesmo sem brilhar, time de Messi faz 1 a 0
e volta a disputar vaga na final após 24 anos
E os hermanos, mesmo na base do sufoco, seguem adiante na Copa do Mundo. A Argentina garantiu, ontem, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, vaga para a semifinal da competição ao vencer a Bélgica por 1 a 0. A equipe agora enfrenta a Holanda, na quarta-feira, na Arena Corinthians, em Itaquera, pela vaga na final do torneio.
Mesmo com a superioridade técnica do time sul-americano, a seleção de Messi teve de resistir à forte pressão dos belgas da metade do segundo tempo em diante, que tiveram várias chances para empatar .
Com o resultado magro mas positivo, a Argentina retorna à uma semifinal da competição após 24 anos. A última vez que eles haviam chegado entre os quatro melhores foi em 1990, ainda com Diego Maradona, quando conquistaram o vice-campeonato mundial (perderam na final para a Alemanha).
O destaque na partida, no entanto, não foi o melhor jogador do mundo por quatro anos seguidos. Em vez de Messi, quem brilhou foi Gonzalo Higuaín, autor do gol latino aos oito minutos da primeira etapa e eleito pela Fifa o melhor em campo. Ele aproveitou sobra da bola e, dentro da área, bateu de primeira no canto direito do goleiro Courtois.
A Argentina foi superior na primeira etapa e, no retorno, a Bélgica esteve melhor. Pelo menos duas oportunidades claras de gol foram desperdiçadas pela equipe europeia.
O último lance do jogo, no entanto, foi dele, Messi. Em jogada rápida, perdeu gol incrível, já nos acréscimos, de frente a Courtois.
A torcida – foram ao estádio 68.551 espectadores – gritou várias vezes o nome de Neymar, que na sexta-feira deu adeus à Copa após ser atingido nas costas e fraturar a terceira vértebra. Cartazes também desejavam força ao jogador brasileiro. Mesmo com muitos argentinos, a maior parte da torcida era formada por brasileiros, com camisa da Seleção de Luiz Felipe Scolari. A torcida era para a Bélgica e, a cada ataque europeu mais eficiente, principalmente no segundo tempo, os brasileiros gritavam em apoio à equipe. Ainda assim, a torcida reconheceu a atuação de Higuaín e o atleta saiu de campo ovacionado, aos 36 minutos da etapa final.
Mesmo com o triunfo, os argentinos também deixaram o gramado preocupados, já que Di María saiu da partida contundido, aos 33 minutos do primeiro tempo. No fim da tarde, o empresário do atleta disse que ele não teria mais condições de disputar o torneio. A comissão técnica argentina deve confirmar hoje o corte do meia.
Sabella acredita que a equipe fez a melhor partida na Copa
Treinador argentino destaca equilíbrio do time, mas evita escolher adversário da semi
Mesmo com o placar apertado e as dificuldades encontradas pela Argentina para manter a vitória no fim do jogo, o técnico Alejandro Sabella acredita que a equipe tenha realizado sua melhor partida na competição.
“Estou sentindo grande felicidade por este plantel, que vem estando à altura da história, por toda a comissão técnica, pela família. Esta foi a melhor partida no que se refere ao equilíbrio que tivemos e ao futebol que jogamos”, analisou o treinador argentino. “Foi excelente do ponto de vista tático, do ponto de vista estratégico e de como deve ser uma equipe, com um colega se sacrificando pelo outro.”
Sabella não detalhou a contusão de Di María, nem se ele de fato está fora da competição. Antes de conhecer o resultado entre Holanda e Costa Rica, o técnico afirmou que não poderia dizer quem preferiria para enfrentar. “Deus dirá”, apenas destacou.
Craque da partida, Higuaín não escondeu a emoção em contribuir para que a seleção chegasse a uma semifinal após 24 anos. “Estou sentindo uma alegria imensa, e quero compartilhar com a família e com todo o povo do país. Fazia muito tempo que a Argentina não chegava às semifinais, e fico feliz que tenha conseguido com este grupo. Agora queremos ir além e jogar a final”, disse o autor do gol da vitória.
Argentina é time comum, diz técnico belga
Sem esconder o abatimento com a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo, o técnico da Bélgica, Marc Wilmots, relativizou, durante a coletiva de imprensa, a força e o favoritismo da Argentina na competição.
“A Argentina não nos impressionou. Pareceu uma equipe comum, mas mostrou toda a sua experiência. Ela era a favortiva, fez o gol cedo e então soube jogar com a vantagem no placar”, afirmou o treinador europeu.
Para ele, a equipe belga cometeu falhas que não podem ser admitidas nesta fase da competição. “Ficam estas lições: nestes torneios, pequenos erros custam caro e, às vezes, é preciso ser mais inteligente que o rival. Hoje (ontem), tentamos por todos os meios, mas não houve maneira”, lamentou Wilmots.
Ainda assim, na avaliação dele, o saldo da equipe, que estava invicta até o jogo de ontem, foi positivo. “Perder da Argentina nas quartas de final é algo que sempre pode acontecer. É preciso ver o lado positivo. Esta equipe jogou bem e teve o seu reconhecimento. Foi um bom torneio”, afirmou o técnico.
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