Esportes Titulo EC Santo André
Ídolo andreense
sofre calado à distância

Sandro Gaúcho analisa má fase vivida pelo Ramalhão no
Brasileirão na véspera do aniversário do clube de 45 anos

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
17/09/2012 | 07:00
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O EC Santo André completa amanhã 45 anos de existência, mas sem muitos motivos para comemorar. Pelo menos dentro de campo. Disputando a Série C do Brasileiro e sob o risco de cair à Quarta Divisão, tenta encontrar soluções para seus problemas e, do lado de fora, se a torcida não consegue assistir o time no Estádio Bruno Daniel, o maior ídolo vivo, Sandro Gaúcho sofre calado à distância, mas desabafou.

Um dos personagens do melhor momento da história do clube, tendo conquistado a Copa do Brasil de 2004, disputado a Libertadores do ano seguinte e sendo o segundo maior artilheiro com 58 gols, lamentou a atual fase pela qual o clube passa. Seguindo carreira de treinador, o ex-atacante sentiu na pele a situação adversa quando comandou a equipe em 2011 e acabou rebaixado à Série A-2 do Paulista, mas não descartou arrependimento, mágoa nem se considera um ídolo esquecido.

"Pelo contrário. Moro na cidade, sou vizinho da sede (Jaçatuba) - só não sócio por algumas coisas, tenho que conversar com o Celso (Luiz de Almeida, presidente do social) para conseguir esse título, só falta isso (risos) - mas não guardo mágoa nenhuma. Tenho carinho muito grande pelo Santo André, pela cidade, tanto é que vivo aqui com meus filhos, minha família, tenho um projeto social com crianças que ajudo. Então, não existe problema. O dia que o Santo André precisar de mim, estarei pronto para ajudar, de qualquer forma", disse Sandro Gaúcho.

A queda da elite estadual em 2011, na visão do ídolo andreense, foi motivada por alguns pontos principais. "Peguei o time em processo de desmanche. Alguns jogadores eram aposta, empresários trouxeram outros atletas, então eu sabia do risco que poderia acontecer", destacou Gaúcho, que rejeitou ter se queimado com os torcedores. "Era um desafio. A torcida apoiava em momentos, em outros vaiava, são movidos pela emoção. Quando eu era jogador não agradava a todos Não diria que fui queimado, alguns ainda me questionam. mas não manchou minha imagem."

Para tentar melhorar a imagem que deixou como treinador, Sandro Gaúcho projeta voltar e comandar o Ramalhão. "Ser treinador sempre foi um objetivo da minha vida. Sonhei em ser artilheiro, conquistar título estadual, nacional... então por tudo aquilo que lutei, consegui. Hoje, do outro lado, tento também alcançar a realização. Dificuldades a gente vai ter, mas depois da luta vem a vitória. Estou trabalhando, tento buscar espaço como técnico, sei que existe concorrência muito grande, mas busco me firmar para encontrar oportunidade e quem sabe voltar ao Santo André", destacou.

Sobre a atual fase do time, o treinador afirmou que é algo que já vem de algum tempo e apontou alguns motivos. Segundo ele, após a conquista da Copa do Brasil "poderia ter investido um pouco mais na base, se estruturado melhor". "Não digo que esses jogadores de hoje não tenham, mas naquela época (2004) era diferente, com perfil guerreiro, de superação. Falta amor, aquela coisa de camisa", destacou.

Oito anos após a conquista da Copa do Brasil, Sandro explicou que a torcida ainda lembra do seu gol contra o Flamengo, na final, e o assedia. "Quando ando por aí sempre recordam aquele título, daquela equipe, daquele jogo do Maracanã. Aquele gol e aquela campanha marcaram muito, então vinculou muito o Sandro Gaúcho com o Santo André."

Tal identificação o enraizou na cidade, onde vive com a família e iniciou um Projeto Social no Parque Erasmo - Gol de Conquista, ao qual busca parceiros - com 200 crianças e adolescentes.




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