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Fábulas sob novas perspectivas nas telonas, TV e livro
Por Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
25/05/2014 | 07:00
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Divulgação


A magia dos contos de fadas retorna aos cinemas com Malévola, que estreia quinta (29). Desta vez, Aurora (Elle Fanning) ficou em segundo plano na adaptação de A Bela Adormecida. A protagonista será a bruxa, interpretada por Angelina Jolie, que também participa da produção executiva do longa. O público vai descobrir o que tornou a vilã tão má e cruel.

Adaptações que revelam outro lado dos contos clássicos estão bombando no cinema, TV e até na literatura. As novidades, que não param de chegar, chamam a atenção de Eloah Lopes, 18 anos, de São Bernardo. “É muito bom me aprofundar nas histórias que me encantam desde criança. As adaptações trazem princesas mais ativas e não deixam o filme monótono.”

A mania de querer ver o conto sob uma perspectiva diferente e conhecer a origem do vilão da trama é o que, em geral, motiva as novas produções. “O público está diferente. Alguns jovens de hoje não engolem mais a história do ‘era uma vez’. Precisa haver modificações”, diz Maximo Barro, professor do curso de Cinema da Faap. Além disso, a tecnologia dá asas à imaginação de roteiristas, produtores e diretores, que inventam de tudo.

Jéssica Barea, 18, de São Caetano, é fã de Once Upon a Time, série que reúne diversos personagens encantados. O mais interessante, segundo a garota, é trazer o contexto das fábulas para a realidade. “Sempre imaginei como seria vivenciar o conto de fadas em nosso mundo. Além disso, descobrimos que tudo o que acontece nas histórias tem um motivo.”

Para o professor Maximo, é esse encanto que imortaliza os personagens. “Nos levam a sonhar com coisas que nunca tínhamos imaginado. Essa é a função do conto, tanto na literatura quanto no cinema.” Existe ainda a esperança dada aos leitores. “Podemos ter a certeza de que, apesar de tudo de ruim, ainda seremos felizes no final.”

Na opinião de Renata Junqueira, professora de Literatura Infantil da Unesp, é saudável transportar a estrutura da literatura para nossa vida. “O legal da arte é que cada sujeito pode interpretar de acordo com sua vivência, seu repertório.”


Vem mais por aí

Várias adaptações devem chegar aos cinemas em 2015. Uma delas é Cinderela (foto), com versão semelhante à da Disney. Traz Lily James (Fúria de Titãs) no papel principal e Helena Bonham Carter (Harry Potter e o Enigma do Príncipe) como fada madrinha. Outro filme é Pan, que narra a origem do herói da Terra do Nunca. No elenco tem Hugh Jackman (Wolverine: Imortal) e Amanda Seyfried (Querido John).

A Pequena Sereia é outro longa a caminho. Terá direção de Sofia Coppola (Bling Ring: A Gangue de Hollywood). Há boatos de que Emma Watson faria a protagonista. Ainda não há data para o início das filmagens nem previsão de estreia.

Vilões em alta

“Nunca pensei que seria fã da bruxa”, diz Jéssica Barea, 18 anos, que tem Regina, a Rainha Má de Once Upon a Time, como personagem favorita. Para Maximo Barro, professor de Cinema da Faap, os vilões cativam o público nas novas adaptações porque mostram outro lado, mais humano. “Todos nós temos um pouco de céu e de inferno, e eles também.”

Pegando essa onda, está previsto para 2015 o filme Descendentes, que trará os filhos de Malévola (A Bela Adormecida), Cruella de Vil (101 Dálmatas), Jafar (Aladdin) e Rainha Má (Branca de Neve) como protagonistas. Eles frequentarão a escola com os filhos dos mocinhos.


Contos de fadas assustavam

Os contos que conhecemos hoje são muito diferentes de quando surgiram, há séculos. As histórias eram criadas para adultos, com malícia e terror. Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, não saía da barriga do lobo. Acredita-se que serviam como lições de comportamento. As versões infantis começaram no século 17, por meio do francês Charles Perrault.

Mais de 100 anos depois, os irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm coletaram antigas narrativas populares, pois sabiam que o povo só transmitia as histórias oralmente. Os primeiros contos, como Branca de Neve, Cinderela e A Bela Adormecida, foram publicados em 1812.

Em 1937, a Disney criou sua primeira princesa: Branca de Neve, trazendo na sequência Cinderela (1950), Aurora (1959), Ariel (1989) e outras. “Hoje é difícil existir a tradição de passar histórias de pai para filho. As crianças as descobrem pelos filmes da Disney”, diz Renata Junqueira, professora de Literatura Infantil.


Tem mais

Once Upon a Time (2011) é a série norte-americana em que a madrasta da Branca de Neve traz personagens dos contos de fadas para o nosso mundo, apagando de suas memórias quem realmente são. Revela o outro lado da história de Chapeuzinho Vermelho, Pinóquio e outras fábulas. No Brasil, é exibida a terceira temporada no canal Sony. A quarta deve ter a rainha Elsa, de Frozen.

Beauty & The Beast (2012) é a série que narra o turbulento romance de Catherine Chandler (Kristin Kreuk) com o ex-soldado Vicente Keller (Jay Ryan). O drama começa quando ela é salva do assassino de sua mãe por suposta fera. Em janeiro, o seriado foi eleito o melhor programa de ficção científica/fantasia pelo People’s Choice Awards. No Brasil, é exibido pelo Universal Channel.

Fábulas é uma série de HQ criada pelo norte-americano Bill Willingham, publicada pela primeira vez em 2002. Na trama, o vilão Adversário se apodera de todos os reinos encantados. Vários personagens dos contos de fadas conseguem fugir e acabam parando no nosso mundo. Ao se organizarem em Nova York, vivem sob o comando do Rei Cole e da vice-prefeita Branca de Neve.


Em Terra de Histórias – O Feitiço do Desejo (Chris Colfer, Editora Benvirá, 384 págs., R$ 34,90) os gêmeos Alex e Conner Bailey vão parar na ilha dos contos de fadas e descobrem o que aconteceu com os personagens após o ‘felizes para sempre’. Lá, enfrentam desafios para encontrar o caminho de volta para casa. O segundo livro da trilogia, O Retorno da Feiticeira, chegou às lojas neste mês. 




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