Política Titulo São Bernardo
Museu de Luiz
Marinho fica mais caro

Construtora pede mais R$ 860 mil para entregar
equipamento que vai homenagear trabalhadores

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
18/05/2014 | 07:08
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Nario Barbosa/DGABC


Responsável por erguer o Museu do Trabalho e do Trabalhador no lugar do antigo mercado municipal de São Bernardo, a Construções e Incorporações CEI pediu ao governo federal e à administração do prefeito Luiz Marinho (PT) mais R$ 860 mil para finalizar a obra, que está atrasada em um ano e meio. Se for autorizado o aditivo financeiro, o polêmico empreendimento consumirá R$ 18,8 milhões em recursos públicos.

Formulada no começo deste ano, a solicitação de liberação de mais verba foi aprovada pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e depende de crivo da assessoria jurídica do Ministério da Cultura, maior fiador do prédio. O parecer precisa ser divulgado até o fim do mês.

Atualmente, dos R$ 18 milhões destinados ao empreendimento, R$ 14,4 milhões são oriundos do Ministério da Cultura, hoje comandado pela ex-prefeita paulistana Marta Suplicy (desta fatia, R$ 1,5 milhão é via Lei Rouanet). O Paço, originalmente, tem de garantir R$ 3,6 milhões provenientes de contrapartida.

Entre as justificativas, a Construções e Incorporações CEI alegou que necessitará de mais dinheiro público por causa de alterações no projeto arquitetônico original. Haverá implantação de anfiteatro, o que não estava previsto anteriormente.

Pelo pedido de aditamento financeiro, a Prefeitura teria de desembolsar mais R$ 623 mil – assim, contrapartida de R$ 4,2 milhões no total. O repasse federal subiria de R$ 14,4 milhões para R$ 14,6 milhões. O restante dos recursos é formado por contratação financeira adicionais e de bens e serviços, também a cargo da União.

A gestão Marinho informou, por nota, que ainda aguarda análise do governo federal para se posicionar sobre o pedido de acréscimo financeiro requisitado pela empreiteira do Museu do Trabalho e do Trabalhador.

De acordo com cronograma firmado entre Prefeitura de São Bernardo, Ministério da Cultura e Construções e Incorporações CEI, a empreiteira tem até o dia 30 de julho para entregar o museu de 5.000 metros quadrados. Entretanto, funcionários ainda trabalham no local na fase de estruturação do prédio.

Acertado no dia 1º de julho de 2010, era para ter sido entregue em janeiro de 2013, o que não ocorreu. A administração não informou data de inauguração do equipamento, contudo, é desejo de Marinho abri-lo ao público no dia 20 de agosto, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que será atração principal do museu.

LARANJA
Em setembro, o Diário mostrou que laranja era sócio da Construções e Incorporações CEI. Desempregado e morador de aluguel no Jardim Campanário, em Diadema, Erisson Saroa Silva detinha R$ 10,4 milhões – outra metade pertence a Elvio José Marussi.

Mesmo com Erisson confirmando à época desconhecer ser dono da empreiteira, o governo Marinho não aplicou multas pesadas à terceirizada – levou o caso ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

O contrato é alvo de investigação do Ministério Público Federal e da Promotoria de São Bernardo. 




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